sexta-feira, 30 de abril de 2010

Boa música

De vez em quando tentarei postar algumas dicas de cinema, sites interessantes e música.
É mais uma maneira de dividir o meu mundo com os leitores que passarem pelo Mineirices.
Hoje a dica é de um cantor, compositor, violeiro e que também já andou se aventurando como ator: Almir Sater. Uma voz inconfundível. Canções que nos trazem uma paz e uma beleza que nos enchem de alegria e, no meu caso, trazem uma nostalgia e uma saudadezinha de casa. (Não, ele não é mineiro, mas viola e Minas é uma coisa que combina bastante!)
Almir certamente dispensa tantas apresentações, mas para quem não conhece, deixo aqui duas músicas de seu sétimo album, 7 Sinais.

Três toques na madeira


Maneira Simples

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Eu sem você

Eu sem você
sou café sem leite
em tarde de inverno sem sol.

Eu sem você
sou arroz sem feijão
no prato do garoto sem fome.

Eu sem você
sou poema sem rima
falando de tristeza.

Eu sem você,
na verdade, nem sei dizer,
nem sei pensar.

Acho que não seria...

terça-feira, 27 de abril de 2010

E se...

E se não estiver bom?
Não coma!

E se não for bom?
Devolva!

E se não ficar bom?
Tente novamente!

E se estiver bom?
Se lambuse!

E se for bom?
Use e abuse!

E se ficar bom?
Aproveite a fama!

Hoje

Pegue-me no colo,
afague meus cabelos,
hoje eu preciso disso.
Hoje eu não quero ser forte,
nem ter as palavras certas,
quero ser conduzida,
preciso de alguém para me guiar.

Peque-me no colo,
afague meus cabelos,
dê-me um beijo sincero e demorado,
segure a minha mão,
deixe-me mostrar toda a fragilidade que carrego.
Hoje eu preciso que me conduza,
que me diga as palavras otimistas
e carinhosas.

Pegue-me no colo,
não fale nada,
afague meus cabelos,
hoje eu só preciso disso.

(escrita em 30/01/2009)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

'Buteco'

Lá vem o Zé,
ventante, cambaleante,
trocando os pés pelas mãos...
No caminho diz adeus pro Maneco,
segue:
dois passos a frente
e três pra trás,
Ao invés da porta de casa,
se achega no próximo buteco..

sábado, 24 de abril de 2010

Terceirização de parques está em andamento

Bom, acabei de ler, e não tenho uma opinião bem formada ainda sobre o assunto, mas é, no mínimo, para botar uma pulga atrás da orelha.

ICMBio confirma que no último dia 29 de março o então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lançou, em Teresópolis (RJ), os editais de concessão de serviços de apoio à visitação nos parques nacionais da Serra dos Órgãos e do Itatiaia, que ficam na região serrada do Rio de Janeiro, e parque marinho dos Abrolhos, no litoral da Bahia.

A informação pode ser confirmada no site do ICMBio.

Ver também: Parna Altos da Mantiqueira

Edital para terceirização

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Escolas, pais, professores, educação: uma questão de cidadania

Lendo coisas por aí, encontrei a dica de um blog, no mínimo, curioso. Uma mãe, jornalista, classe média, paulistana (ou ao menos residente em São Paulo), que depois de rodar por várias escolas particulares tomou a decisão, absurda para alguns, corajosa para outros, de matricular seus dois filhos numa escola estadual em São Paulo. No blog, Escola pública não é de graça, Vanessa Cabral relata suas experiências e a de seus dois filhos. Ela escancara mitos, preconceitos e realidade que têm feito parte do do dia-a-dia dos brasileiros nos últimos anos acerca da educação. Como ela mesma fez questão de dizer, o blog expõe a visão dela e não deve ser tomado como a última verdade sobre o assunto. Mas é uma experiência interessante e que pode nos ajudar a repensar nossos posicionamentos como cidadãos, educadores ou pais.

Li, certa vez, numa disciplina da faculdade de educação, um texto da Hanna Arendt, The crisis in education (A crise na educação - do livro Entre o passado e o futuro), no qual a filósofa faz uma crítica que me parece muito atual. Recomendo também a leitura para aqueles que se aventuram a pensar a educação no Brasil hoje.

Só para refletir um pouco, transcrevo abaixo o parágrafo final do texto:
"A educação é o ponto no qual decidimos se nós amamos o mundo o suficiente para assumir responsabilidade por ele e, ao mesmo tempo, o salvar da ruina que, exceto pela renovação, exceto pela chegada do novo e do jovem, seria invevitável. E educação também é onde nós decidimos se amamos nossas crianças o suficiente para não expulsá-las do nosso mundo e deixá-las aos seus próprios cuidados, nem tirarmos das mãos delas a chance de tentar alguma coisa nova, alguma coisa não prevista por nós, mas para as preparar , antecipadamente, para a tarefa de renovar um mundo comum" (tradução livre)

Notícias do dia

E é sempre uma loucura! Abro o jornal e é só notícia ruim: assalto de van cresce em Campinas; Lavrador mata namorada e tenta suicídio em seguida; Tiroteio mata quatro e deixa não sei quantos baleados; Cresce número de criança sem escola infantil; Greves: de servidores municipais, de professores não sei de onde; E a baixaria rotineira da política brasileira! Entre tapas e beijos é ódio é desejo...

A única notícia boa que encontrei foi essa: Frente fria chega no Sudeste e provoca chuvas! Que delícia!! Ontem os termômetros já estavam chegando nos 30º.. Eu quero inverno! Cachecóis coloridos, bota quentinha, casacos. Adoro roupas! As pessoas ficam mais elegantes no inverno. Tem a parte ruim, claro, como tudo na vida. Nessas cidades grandes, os problemas respiratórios já começam levar muitas pessoas para as filas de hospitais. O jeito é manter sempre aquele balde com água no quarto, ou toalhas umidecidas na cabeceira da cama. Minha mãe diz que faz bem, e eu acredito. Nesses anos todos, vai chegando essa época e já vou me preparando para a crise anual de rinite/sinusite. Mas não importa, gosto do inverno assim mesmo!

Bom, para terminar a coletânia de notícias do dia, lá vai uma muito boa: Injeção de botox é usada para 'esticar pênis'. Esses homens realmente andam com problemas. Meu deus, onde esse mundo vai parar...


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Primeira impressão numa enésima vista

Nessa cidade barulhenta
tão cheia de todas as gentes,
de carros, skats e apitos.
Nessa cidade me perco,
não me reconheço,
sempre olho,
sempre esqueço.

Nessa cidade cinza
com seus pontos verdes,
são praças e largos
e suas ruas cheias de vidas estreitas
e suas janelas altas
de onde tantos estão a espreita...

Nessa cidade louca
me vejo pequena,
quase insana,
são tantas tribos
são tantos planos,
ou simplesmente vidas,
sem rumos...

Nessa cidade suja - Ah, pobre cidade de gente que te suja!
são latas, papéis, paredes,
pensamentos..
Nessa cidade grande,
nessa grande cidade,
meus olhos ardem,
respiro com dificuldade,
a boca seca,
e tudo isso não é emoção,
apenas,
mas é poluição,
que pena!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Vir a ser


Ela caminhava com graça. Parecia pisar pétalas de rosas frescas. Tinha um sorriso no rosto e uma lágrima no olho. O cabelo esvoaçava pelo ombro, ora cobrindo-lhe a face, ora apenas voando para trás. O vestido azul, com algumas pequenas florzinhas amarelas, cobria a cocha e se estendia até os joelhos. Eram joelhos de criança. Com algumas marcas de tombos de bicicleta e nas canelas sinais de batidas nas beiradas das cadeiras da escola.

Tinha um laço na cintura. Uma fita não muito larga, de cetim, também azul. Era uma menina que estava crescendo quase sem querer. Quase sem perceber. A face rosada, ainda tinha aquelas bochechas de criança. Mas, aos poucos, a cintura se ajeitava e o quadril se sobressaía. Também tornavam-se salientes os peitinhos de menina moça. Ela fingia não ver nada disso. Ainda corria e pulava amarelinha no fim da tarde, na rua de casa. Vê-la como agora, de vestido, era raridade. Gostava mesmo era de bermudas e camisetas. Usava tênis ou tinha os pés descalços. Aquela delicada sandália que tinha nos pés agora fora presente da mãe, em seu último aniversário. Tinha feito 12 anos. E ainda gostava de balas doces, rosas e muito doces.

Ela não sabia, mas enquanto passava pela rua, naquele caminhar leve e despreocupado, alguns olhares indiscretos já lhe desejavam ver por baixo do vestido. Ela não sabia, ou fingia bem não saber. Isso não lhe interessava. Queria era prolongar aquelas tardes de brincadeiras, o aconchego do colo do pai, a meninice que desfilava em seu rosto corado. Queria soltar pipa com os primos menores. Queria jogar pedrinhas no lago e ficar observando as ondas se desfazerem diante de seus olhos. Queria andar de bicicleta. Ah, queria tantas coisas. E sentia que o tempo ficava curto.
A lágrima no olho talvez fosse de saudade do que ainda era, mas alguns passos adiante não será mais. Saudades da algazarra alegre no fim de tarde. De rolar na grama. De ralar os joelhos. Dos roxos nas canelas de moleca.

Caminhava leve. Pisava suave o chão. A lágrima, aquela única lágrima que brotou no olho esquerdo, finalmente correu solitária pela face. O sorriso se desmanchou. Ela quase parou. Respirou fundo, ergueu a cabeça. E, para um observador desatento, passaria despercebido, mas foi como mágica. Não era mais a menina. Era já a mulher que seria. Os primeiros passos dela. Pisava com firmeza, ainda com delicadeza. O vestido esvoaçava descobrindo parte dos joelhos. De repente sorria novamente.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Em páginas


Sentia uma forte dor no peito. Poderia ser um sinal de que morreria? Teria um ataque do coração? Fulminante? Sem chance de botar em prática todas aquelas ideias que vinham bagunçando sua cabeça? Não podia morrer!

Tinha a vista meio turva, ou seria ofuscada pela clareza daquelas ideias que a tinham tomado de assalto? Via tudo com uma clareza que lhe doía a alma. Podia quase tocar todos aqueles planos que lhe rondavam a cabeça dia e noite.

Estava se sentindo pronta para dar um giro de 180 graus na sua vida. De repente descobriu que era capaz de sonhar ainda. Que podia fazer planos, e se deliciar com as expectativas. Queria trocar aquela vida de quase certezas por uma de total incerteza! Poderia soar como loucura, mas aquela era sua mais singela concepção de felicidade! Li-ber-da-de!

Tinha dificuldade em se concentrar nas atividades que precisam ser acabadas. Queria sonhar de olhos abertos. Queria pegar o próximo ônibus com destino a qualquer lugar que não aquele no qual estava! Sentia-se num livro. E queria logo virar a próxima página. Queria ler com fúria e desespero os próximos capítulos. Como se neles fosse encontrar as respostas que há tanto buscava.

Mas tinha compromissos que não poderiam ser jogados para o alto assim sem mais nem menos. Não porque ela ainda tivesse vontade de estar ali. Mas porque não podia ser diferente. Quanto mais lembrava disso, mais e mais se refugiava no futuro! Na vida que levaria depois! Planejava como seria o inesperado! Como viveria sem certezas! Sabia que tudo aquilo soava como loucura, mas não se importava mais! Não queria se importar com opinião alguma que não fosse a sua própria!

Os papéis sobre a escrivaninha, os livros e o computador ligado. Era preciso ter coragem. Tanto para encarar o desconhecido como para abandonar de vez o que vinha sendo sua zona de conforto. Mas o conforto estava custando muito caro. E se o preço a pagar tem que ser alto, que seja então por algo que faça a vida ter sentido! E decididamente o sentido não estava ali!

Ouvia os carros lá fora. O frio repentino do começo da semana tinha trazido uma felicidade longínqua, doce e triste. Não sabia bem o porque da tristeza, mas talvez fosse ela a causa da dor no peito..

A mão estava trêmula. O coração batia acelerado. A boca seca pedia por água. Mas sua sede era por algo mais. Estava sedenta por novidades. De repente se sentiu forte e capaz de tantas coisas que já tinha se esquecido.

O escritório estava silencioso. Todos pareciam absorvidos em suas atividades. Quando o telefone tocou, levou um susto. O toque do telefone parecia ter acertado em cheio seus planos secretos. A dor no peito voltou. Atendeu com voz entrecortada. Respirava com dificuldade. Do outro lado estava alguém que havia cometido um erro. Não, não, a senhora ligou para o número errado.

Estaria cometendo um erro também? Será que amanhã ou depois se arrependeria e desejaria voltar? Mas também, só saberá se tiver a oportunidade de se arrepender! Então precisa finalizar tudo o quanto antes! Em casa continuaria desfrutando daquela felicidade nova que a possibilidade de mudança havia trazido. Era quase uma felicidade proibida! Sentia arrepios, calor e frio. A mão transpirava. O coração acelerava e quase parava! Sorria para a tela do computador.
A próxima página, era tudo que queria!

Sobre o que se fala

cotidiano Poesia Dicas opinião opiniões política utilidade pública atualidade atualidades Rapidinhas Campinas educação Conto crônica Minas Gerais São Paulo cinema observações Brasil coisas da vida escola Misto música Delfim Moreira divulgação Barão Geraldo Bolsonaro Literatura democracia eleições Filosofia da vida leitura coisas que fazem bem passeios Comilança clã Bolsonaro redes sociais revoltas amigos coronavírus debate público ensino paixão preconceito; atualidades sobre fake news séries Dark Futebol amor coisas de mineiro coisas do mundo internético criança do eu profundo façamos poesia; final de ano; início de ano; cotidiano; pandemia 8 de março Ciência de irmã pra irmã distopia história infância lembranças mulheres política; tecnologia virada cultural Violência; Educação; utilidade pública autoritarismo comunicação consumo consciente desabafo economia fascismo férias impressa manifestação mau humor mentira mágica pós-verdade quarentena racismo estrutural reforma da previdência ser professor (a) sobre a vida música Poesia 15 de outubro 20 de novembro 2021 Anima Mundi EaD Eliane Brum Fora Bolsonaro Itajubá Moro Oscar Passarinho; Poesia; Vida Posto Ipiranga aborto adolescência amizade amor felino animação; assédio sexual autoverdade balbúrdia baleia azul. bolsonarismo cabeça de planilha consciência negra corrupção coti covid-19 crime curta; crônica; curtas; concurso; festival curtas curtas; crônica; da vida; defesa democracia liberal descobrindo o racismo desinformação direitos discurso divulgação; atualidades divulgação; blogs; poesia documentário família filosofia de jardim fim das sacolinhas plásticas frio férias; viagens; da vida; gata guerra de narrativas hipocrisia humor ideologia jornalismo lei de cotas livros minorias morte mídia música Poesia novidades para rir próxima vida racismo institucional rap saudade sentimentos tirinhas universidade utopia verdade verdade factual viagem violência

Amigos do Mineireces