sábado, 13 de abril de 2013

O que queremos: um estado laico ou uma teocracia evangélica?

Apesar de todos os pesares, ainda acredito que vale a pena defender a liberdade de expressão, o direito à pluralidade de opiniões para uma sociedade. Digo apesar porque uma vez elas existindo, há espaço para Bolsonaros e Felicianos nos bombardearem com suas ideias retrógradas e preconceituosas em público. Mas como já escrevi em outro post aqui, Bolsonaros cumprem um papel muito importante dentro de uma sociedade, pois eles nos alertam para os perigos de uma sociedade que se auto intitula moderna, livre de preconceitos e liberal, como é o caso da sociedade brasileira, e que joga para debaixo do tapete seus moralismos, machismos e toda ordem de julgamentos pequenos, muito típicos de mentalidades pouco acostumadas a pensarem, mas que facilmente aceitam a tutoria de falsos pastores que os arrebanham com promessas de paraísos e outras tantas recompensas. 
Sinceramente, como cidadã e como educadora, a cada dia tenho mais e mais medo do destino do Brasil nas mãos de bancadas evangélicas e de outros setores conservadores que têm mostrado recentemente a que vieram dentro do cenário político. Em nada esses grupos se diferenciam, no que diz respeito ao modus operandi da política brasileira, dos demais grupos atuantes em Brasília ou nas prefeituras interior afora: roubam, mentem, fazem acordos escusos em troca de poder e apoio, empregam amigos, familiares e fantasmas, têm fichas sujas, sonegam impostos. Portanto, está mais do que provado que ser cristão não é garantia de ações éticas e morais corretas. Mas essas pessoas insistem em se auto declarem defensoras da moral e da ética, e apontam dedos para 'pecados' e 'deslizes' alheios com uma facilidade digna de um fariseu capaz de ver o cisco no olho alheio, mas incapaz de retirar a trave do seu próprio olho. Condenam ações e estilos de vida ao inferno com uma certeza que nos fazem perguntar se esqueceram que a falta de amor e caridade seria, segundo Jesus Cristo, o pior dos pecados. 
Até mesmo um ateu poderia facilmente elencar vários trechos da palavra do deus, tão defendido pelos cristãos, que falam de amor, de perdão, de tolerância. No entanto, pastores, cujos olhos e corações se encontram nos extratos bancários de seus fiéis, fazem o discurso da demonização, da condenação, da danação, do castigo. Pois é o medo do fogo eterno do inferno que garante suas igrejas cheias e, consequentemente, seus saldos bancários altos. 
Não podemos generalizar, pois é sabido que esses barulhentos pastores não representam todo o seguimento cristão e ainda podemos encontrar pessoas minimamente esclarecidas e portadoras de um verdadeiro espírito cristão que prezam pelo respeito, pelo amor e pela justiça. 
Sou a primeira a defender o direito à liberdade de crença e, também, de não crença! Não quero viver numa teocracia fundamentalista que não reconhece os direitos daqueles que não compartilham de seus princípios. Não quero ninguém cuidando da minha alma; caso ela exista e eu tenha que dar conta dela à alguém, farei isso eu mesma! Não preciso de pastores me guiando, pois não sou ovelha! Sou ser humano, pensante, racional, em plena capacidade de decidir por quais caminhos quero andar. 
Devemos nos unir em defesa de um estado verdadeiramente laico e não permitir que o Brasil se torne uma teocracia evangélica. Que Felicianos, Malafaias e tantos outros, gritem em seus templos para quem por opção, ou falta de, escolheu os ouvir, não nos ouvidos daqueles que livremente estão trilhando seus caminhos.
Infelizmente, essas pessoas, por limitação intelectual ou pura falta de caráter, distorcem o discurso da promoção de direitos civis como se o mesmo fosse uma ditadura. Sejamos sensatos em nossos julgamentos: a permissão da união homoafetiva não obriga ninguém a fazer o que não deseja e, portanto, em nada interfere nos direitos dos heterossexuais. Por outro lado, uma política influenciada pelas crenças de um grupo ou outro, impõem a todas as pessoas um único modelo, por exemplo, a relação heterossexual, como única forma de se relacionar afetivamente. Isso sim é ditadura! 


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