terça-feira, 21 de julho de 2009

Saiu pra comprar cigarro e nunca mais voltou...

Alguma vez você já se perguntou onde vão parar as pessoas que saem para comprar cigarro e desaparecem? Recentemente, na Itália, uma mulher foi comprar cigarros e deixou seus filhos numa pizzaria. Bom, para sorte ou azar da mesma e também das crianças, ela foi encontrada. Mas quantos são os que não têm essa sorte (ou azar..) e são tragados pelo mundo, desaparecendo feito fumaça...
Toda vez que vejo cartazes ou anúncios na TV de fulanos e sicranos que saíram para comprar cigarro e desde então estão desaparecidos, me pergunto quem ou o que seria responsável pelos sumiços. Será que eles, os desaparecidos, cansaram da vida que levavam e resolveram dar outro rumo pra ela? Meteram cara no mundo sem vontade de serem encontrados? Ou será que as empresas de cigarro são, na verdade, máfias de contrabando de órgãos? Se assim for, eles devem estar em falta de bons pulmões... Pode ser ainda que essas pessoas tenham sido abduzidas por extraterrestres cuja missão é diminuir o número de casos de câncer de pulmão, boca e afins no planeta Terra...
Por muito tempo e a fim de desvendar esse mistério, sai de casa, religiosamente, e gritei em alto e bom som: "Querida, tô indo comprar cigarro!". Minha esposa no começo estranhou, uma vez que ela sabe bem que não fumo e nem suporto o cheiro de cigarro. Mas ela deve ter achado que era só mais uma das minhas piadas sem graça. Não sei se alguém mais sabia que eu não fumava, mas, fato é que nunca desapareci...
Depois de comprar cigarro o suficiente para produzir fumaça equivalente à explosão de uma bomba, desisti da minha empreitada fracassada. Até que um dia, eu estava passeando numa praça, observando os transeuntes, procurando uma cara para um personagem de um dos meus contos e eis que me deparo com uma estranha criatura (não era um ET....).
Era um homem passando da meia idade. Cheiro forte de uns vinte e poucos anos de nicotina diária. Tinha nas mãos um maço de cigarros e na cara um olhar confuso. Olhava para todos os lados como se procurasse algo ou alguém conhecido. "Oi!"- eu disse. Ele, então, fixou os olhos embaçados (ou seria esfumaçados?) em mim e perguntou: "O senhor me conhece?" Eu respondi, um pouco sem graça, que não. Ele coçou a cabeça  e em seguida ascendeu um cigarro e disse entre um pigarro e outro: "Amigo, estou tendo um dia muito estranho... Se eu te contar o que aconteceu comigo, duvido que vai acreditar.." Eu lhe apontei um banco que acabava de ser desocupado por uma senhora e três crianças e, batendo de leve em seu ombro, encorajei-o a contar-me.
A primeira coisa que ele disse foi: "O senhor fuma?"...