terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pequeno recado aos navegantes...

Não sei por onde começar! Na verdade só queria mesmo era dividir, com aqueles que por ventura vierem passear por essas páginas, alguns trechos de "Cartas a um jovem poeta", de Rainer Maria Rilke. Foi uma das minhas leituras de férias, e gostei muito. Selecionei alguns trechos, e espero com eles conduzi-los a algumas horas de boa leitura.

"..O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar, - ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. " (Paris, 17 de fevereiro de 1903, Rainer Maria Rilke).

"Amar também é bom: porque o amor é difícil. O amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta, a maior e última prova, a obra para a qual todas as outras são apenas uma preparação. Por isso, pessoas jovens que ainda são estreantes em tudo, não sabem amar: que aprendê-lo. Com todo o seu ser, com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário, medroso e palpitante, devem aprender a amar." (Roma, 14 de maio de 1904, Rainer Maria Rilke).


"A arte também é apenas uma maneira de viver. A gente pode preparar-se para ela sem o saber, vivendo de qualquer forma. Em tudo o que é verdadeiro, está-se mais perto dela do que nas falsas profissões meio-artísticas. Estas, dando a ilusão de uma proximidade da arte, praticamente negam e atacam a existência de qualquer arte. Assim o faz, mais ou menos, todo o jornalismo, quase toda a crítica e três quartos daquilo que se chama e se quer chamar literatura. Estou contente, numa palavra, de ver que o senhor resistiu à tentação de cair nelas e está vivendo no meio de uma áspera realidade, solitário e corajoso." ( Paris, dia seguinte ao Natal de 1908, Rainer Maria Rilke).

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