E sei lá de onde vem,
mas de repente,
num fim de tarde ordinário como esse,
apossa-se de mim um não sei bem o que,
uma danada de uma emoção boba,
que me faz chorar.
Chorar ao ler algumas linhas soltas aqui e acolá
sobre qualquer coisa.
De repente as lágrimas traduzem esse não sei o que
que é misto de saudade e medo,
de esperança e desilusão.
Difícil pensar que já houve um tempo em que tudo era tão fácil.
Agora,
- não, não é só agora, mas essa agora tem se prolongado, -
é tão difícil não ser tomada pelas águas da seca.
E com que estranheza não me deixo molhar pelas gotas fora de época.
Não era pra ter passado?
São notícias de longe,
escrita sem grandes pretensões,
mas que comove,
que leva às lágrimas,
que fala de vidas que de alguma forma também é a minha.
São palavras de longe,
de uma terra que nunca me pertenceu,
e que falam de uma dor que eu não quero sentir.
Ah, esse fim de tarde de inverno,
tão ordinário,
lembrando-me que a vida é quase tudo isso e mais nada.
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