segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Maturidade

Já não tenho o corpo

Que eu tinha aos vinte e poucos.

Mas sei que de algum modo

Ainda sou aquele corpo também.

 

E as experiências gravadas

Na alma e na pele

Cada toque, cada cheiro,

Cada espasmo de prazer

E todas as lágrimas vertidas até hoje

São partes daquele corpo também.

 

As rugas, as celulites e os cabelos brancos de agora

Cada cicatriz, cada sabor

Somados anos, dias, horas

E cada instante

Fazem de mim uma mulher

Muito mais interessante

Que a menina de vinte e poucos.

 

Não reclamo as marcas do tempo

- me assusto, é verdade -

Parece que foi rápido demais,

Nem invejo o frescor dos vinte e poucos

Pois hoje me sinto inteira

Com esse corpo que já foi aquele,

Com aquele corpo que também é esse.

 

Quando o corpo era mais fresco

Ele pesava mais.

Hoje, finalmente, parece que esse corpo

Com suas memórias e incertezas

Suas curvas e sobressalências

Está mais leve

E posso andar por aí

Muito mais firme e segura de mim.

 

Não troco esse corpo de hoje

Com toda sua bagagem

E suas histórias

Por aquele corpo de vinte e poucos.

Passarinho

Ai de mim

Que não sou passarinho

Que não sou colorida

Nem posso voar.

Mas assim como passarinho

Quando estou dolorida,

Às vezes, o que me resta é cantar.



E quanto mais dolorida estou

Mais meu canto parece ecoar.

Imagina se eu fosse passarinho

E se bem alto eu pudesse voar?



Lá do alto minhas dores

Seriam tão pequenas

Que eu nem iria chorar.

Será que se eu fosse passarinho

E se eu pudesse voar

Quando estivesse dolorida eu iria cantar?


Passarinho canta sempre

De alegria ou de tristeza.

Quando preso numa gaiola

Canta de saudade

De quando estava na natureza.

E quando é livre

Canta a beleza

De voar e ser passarinho

Solto em sua leveza.


Se eu fosse passarinho

Se eu pudesse voar

E fosse colorida,

Estivesse ou não dolorida,

Eu ia cantar

As belezas e as dores da vida.

Coisa que faço

Mesmo sem passarinho ser.

Porque o canto

Enche os dias de delicadeza

O mundo até parece um ninho

A gente fica mais humano

E mais fácil se torna viver.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Prece

Que na vida eu saiba silenciar
Quando minhas palavras puderem ferir.
Que eu saiba acolher
Mesmo quando não puder entender.
Que eu possa aprender em vez de lamentar.
Que eu possa ter fé
em mim,
Nos meus pensamentos e sentimentos,
Na minha capacidade de melhorar,
E nos outros,
Prestando atenção
mais às suas qualidades
que às suas falhas.
Que eu saiba sorrir e chorar,
Aceitar e me revoltar
Na medida adequada
Em cada situação.
Que eu saiba fechar e abrir
Meu coração,
Ao longo da minha jornada,
Nem pouco nem muito,
Só o necessário para me tornar,
A cada movimento meu,
A cada escolha e ação,
Mais humana,
mais digna de mim,

Amém.

                                                                           01/01/2024

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Resoluções de ano novo

Amar mais.
Julgar menos, 
os outros e,
principalmente,
a mim mesma. 
Perdoar mais. 
Sofrer menos. 
Sorrir e cantar mais. 
Chorar menos. 
Escrever mais, 
Escrever muito 
Sobre nada e sobre tudo. 
Aprender coisas novas: 
Uma língua, um instrumento, 
Novas maneiras de ser eu, 
Que doa menos. 
Ler, 
Ler muita poesia, 
Romance, livro de receitas,
Experimentar novos temperos 
E novos modos de fazer 
- bolo, amor, amizade - 
Não ter medo do futuro, 
Do desconhecido, 
Dos desafios, 
Da novidade. 
Força, coragem e rebeldia 
Para dizer sim e não 
Na medida certa. 
Pra escolher 
A mim e aos meus, 
Pra viver 
E ser inteira
Todos os dias desse novo ano. 
                                                                                                     01/01/2024

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