quarta-feira, 27 de abril de 2011

Direto da terrinha

Foto by Vitória Ribeiro

Nesse feriado, fui pra Delfim ver minha família e meus amigos. Todos bem! Pena que passa tão rápido! E teve até trânsito (na ida e na volta), mas valeu a pena. Sempre vale! Ainda mais quando tem pastelzinho de queijo da vovó! humm... E leite espumado tirado na hora! E comida de mãe!




E dessa vez também teve passeio turístico por Delfim. Fomos até o Antigo Mosteiro de Serra Clara, onde hoje funciona uma pousada. Eu tinha visitado lá uma vez, mas já deve fazer quase 10 anos. Uma loucura como o tempo passa. Eu lembrava que era bonito, mas não tinha uma imagem clara do lugar. Quando chegamos lá, até pensei que tivesse fantasiado as poucas lembranças que eu tinha. Mas depois tive a grata surpresa de rever o jardim interno, do qual eu me lembrava, com sua fonte. Dá uma vontade de ficar um tempão lá, em silêncio, ouvindo só a água e os passarinhos...

Na verdade, não sabíamos como estavam as coisas por lá. Tudo que sabíamos era que não era mais mosteiro e que estava funcionando uma pousada. O lugar, por si só, é uma maravilha. Natureza exuberante! Deixa a gente orgulhoso de ser de lá, daquelas montanhinhas... (orgulho besta, eu sei, porque nadinha daquela beleza se deve a mim.. acho que orgulho não é bem a palavra, antes é satisfação e felicidade!). Além das belezas naturais, tem ainda as dependências do mosteiro que começaram a ser construídas em 1958, sob os olhos do ex Vice-Prior do Mosteiro da ordem Beneditina de São Bento do Rio de Janeiro, dom Celestino de Barros Moraes, que pretendia criar ali um mosteiro rural de regras rígidas e vida regrada. 
Hoje a propriedade é de uma família  que tem planos de, cada vez mais, investir no potencial turístico da região e da fazenda, em particular. O Marcelo, atual dono da propriedade, é muito simpático, nos recebeu muito bem e até fez um pequeno tour pela propriedade. Infelizmente estávamos com o tempo curto e não pudemos ficar para conhecer as cachoeiras. Mas vamos voltar, com certeza, para passar o dia lá e aproveitar toda aquela maravilha!
De qualquer forma, fica a dica do passeio! E quem quiser saber mais sobre a Pousada Antigo Mosteiro de Serra Clara, dê uma espiadinha no site deles, este aqui.


Foto da praça de Delfim Moreira,
 'roubada' da amiga Joelma

Outra dica bacana é a cerveja Kraemerfass, produzida em Delfim. Super novidade! E, apesar de novinha, ela veio com tudo, já ganhando prêmios e com expectativas para o cenário cervejeiro desse ano. Quem quiser saber mais sobre a Kraemerfass dê um espiada aqui.

Foto da Igreja Matriz N. S da Soledade
de Delfim Morera.
Foto  'roubada' da amiga Joelma
Experimentei o chopp Pilsen e está aprovado! Infelizmente o chopp escuro tipo Dunkel estava em falta. Acho que o movimento do feriado foi grande e a fama do chopp chegou bem antes de mim...

Mas tem nada não, em breve terei outra chance!

Por falar em outra chance de ir pra Delfim, a exposição agropecuária de Delfim Moreira deve acontecer esse ano entre os dias 19 e 24 de julho. Bora conhecer Delfim?


Para saber mais sobre Delfim Moreira (MG):
Delfim Moreira - Portal do Sul de Minas
Atrativos Turísticos
Alquimia Rural Artesanatos

sábado, 16 de abril de 2011

Intolerância, preconceitos e extremismos

Faz tempo que estou ensaiando escrever esse post. Faz um tempinho, também, que estou de olho no deputado Jair Bolsonaro, do PP, que, segundo a wikipédia, é militar do exército brasileiro, nascido em Campinas, que  cumpre sua sexta legislatura na Câmara dos Deputados do Brasil.  

Bolsonaro esteve recentemente em evidência, depois de mais uma sessão de declarações polêmicas feitas no CQC. Virou um grande samba do crioulo doido. (Quem quiser ver a resposta do Bolsonaro no CQC sobre a polêmica com Preta Gil, clique aqui). Exageros à parte, me assusta a quantidade de pessoas que apoia as declarações preconceituosos, intolerantes e contraditórias do Bolsonaro. Sim, porque ele diz que não é homofóbico, que respeita os gays, mas ele diz que 'se um menino dá sinal de desvio de conduta (leia-se ser gay), é preciso dar umas porradas pra endireitar o garoto'. Se isso não é homofobia ou preconceito, eu sinceramente não sei o que é. 

Algumas vezes o Bolsonaro, e também os seus defensores, reclamam de uma 'ditadura gay' ou de serem perseguidos pela turma do politicamente correto. Como eu já disse em outro post, o politicamente correto é perigoso e tenho receio dos estragos que pode causar na formação do pensamento crítico de uma sociedade. Mas, as declarações de Bolsonaro são extremamente equivocadas, transparecendo um imenso preconceito e desconhecimento daquilo que ele fala. Num vídeo também polêmico, de uma entrevista na REDE TV, Bolsonaro põe no mesmo saco 'ser drogado/viciado, ser vagabundo, ser marginal e ser gay'. 

(Deve-se notar que as apresentadoras são fraquíssimas. Totalmente despreparadas para o debate e que o representante da comunidade gay também se comporta de modo equivocado, na minha opinião. O debate em geral é de uma qualidade sofrível, mas isso não diminui o peso das declarações do deputado, que em certos momentos expressa posições, bastante ultrapassadas, de que ser 'gay' é uma doença ou um caso de mau hábito ou desvio moral).

Quando o assunto é a questão homossexual, acho que o deputado deveria ficar de boca fechada ou ir estudar um pouco mais antes de sair proferindo tanta besteira.

O que parece não entrar na cabeça de muitas pessoas, inclusive do deputado Bolsonaro, é que, diferentemente do que ele acha (do temor que ele tem!), as pessoas não 'viram' gay ou lésbicas porque andam com pessoas que são gays ou lésbicas. Não é um vírus que a gente pode pegar, assim, quando está andando na rua. Nem é simplesmente uma questão de influência (influência, diria o deputado) do meio em que se vive. Também não é porque gays e lésbicas terão seus direitos (direitos esses de um cidadão qualquer que paga seus impostos) respeitados que todos 'devem ser gay'. Aprovar a união civil homossexual não significa obrigar nenhum homem ou mulher heterossexual se casar com outro homem ou mulher. É garantia de dignidade para o diferente, na medida em que esse diferente tem algo no qual se iguala  a mim: é um ser humano.

Pessoas como Bolsonaro têm a capacidade de despertar reações extremas do outro lado também, e que não me agradam igualmente. O mundo não é gay, da mesma forma que ele não é hétero. É simples assim! Conviver com o diferente é uma tarefa muito difícil, todos sabemos. Porque se tem algo que nos torna igual mesmo, isso é a multiplicidade de diferenças que carregamos diariamente. Nada mais fácil do que juntar meia dúzia e criar um grupo de minoria (às vezes brincávamos, uma amiga e eu, que criaríamos o grupo das pesquisadoras de humanas morenas baixinhas). Não estou desmoralizando ou desmerecendo as lutas de minorias, só acho que é preciso não perder o foco das coisas. Se há práticas e ideias erradas contra as quais é preciso lutar, não é impondo outras tantas, tão arbitrárias quanto às primeiras, que vamos resolver os problemas. Se hoje há um consenso, equivocado, de que 'o normal' é ser 'heterossexual', não é dizendo que 'o normal' é 'ser gay ou lésbica' que vamos resolver nossos problemas. O ponto é reconstruir o conceito de 'normal' ou 'natural'. É mostrar que essa ideia de normalidade ou naturalidade está equivocada.

Bom, quanto ao deputado Bolsonaro, não acho que o caminho de desqualificá-lo como um todo seja o melhor. Acredito que o deputado, em outros quesitos, tenha algumas contribuições interessantes para fazer à política brasileira. E não é porque ele se mostra extremamente limitado quando o assunto é a questão homossexual que ele precisa ser transformado em 'demônio'. Isso, na verdade, só  serviria de água para o moinho dele, que poderia se dizer perseguido pela 'ditadura gay' ou do 'politicamente correto'. Além do mais, o deputado presta um favor à sociedade brasileira quando vem a público externar essas opiniões que, com certeza são compartilhadas por muitos brasileiros, principalmente aqueles que são responsáveis pelos seis mandatos de deputado dele. Opiniões ofensivas e preconceituosas, mas que existem. Se Bolsonaro não viesse a público dizer todos esses absurdos a respeito da questão homossexual, teríamos a falsa ideia de que o Brasil é um país liberal e que evoluiu nesse debate... 


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Parto

Parto sem dizer adeus.
Vou-me indo, assim, de cabeça baixa, sem querer olhar para trás.


O parto,
doloroso,
sangrento,
de alguém que chega no mundo pela primeira vez.


Parto em dois, em três, em tantos que nem sei.
Nem me reconheço nos pedaços desse 'eu' partido.


O parto,
também doloroso,
sem sangue,
mas com muitas páginas, muitos parágrafos, muitas palavras,
de uma dissertação de mestrado


Parto pra outra.
Mudo os rumos.
Novos desafios, novas partidas!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Download remunerado

Bom, eu sou uma pessoa um pouco lenta para essas novidades internéticas! Hoje descobri uma coisa bacana, mas que já não é novidade pra muita gente! Mas, vamos lá. Vai que tem mais alguém atrasadinho como eu!

É o tal do download remunerado. Resumindo, é assim: nós podemos baixar músicas de graça, mas o artista recebe! Descobri isso porque li uma entrevista na folhaonline do Fernando Anitelli, do O Teatro Mágico, falando do cd solo que ele lançou recentemente, As claves da gaveta. Esse cd está disponível pra download no TramaVirtual. Claro que, depois de ouvir, estou baixando o cd todo! Para isso é preciso fazer um cadastro simples no site e, então, é só baixar! Quem quiser saber mais sobre esse novo trabalho do Anitelli, dê uma espiada aqui.

Para quem já conhece O Teatro Mágico, digo que vale a pena conferir esse trabalho novo do Anitelli. Está bem intimista, um som muito gostoso. Para quem não conhece O TM, fica a dica! Aproveitem para dar uma espiada aqui, no site da trupe! 

E para quem puder conferir, o Fernando Anitelli vai se apresentar na Virada Cultural, neste fim de semana, no dia 16/04 às 15h, no Céu Parelheiros. 

sábado, 9 de abril de 2011

VIPs -um elegoio à esperteza?

De acordo com algumas entrevistas de Wagner Moura, não, o Vips não é um elogio à esperteza, mas sim a história de alguém que está buscando descobrir sua identidade. Quem for assistir o filme de Toniko Melo vai encontrar um Marcelo (Wagner Moura) atormentado, cheio de sonhos, mas incapaz de se encarar, incapaz de assumir quem ele é (se acaso ele soubesse quem ele era). O Marcelo da ficção não é um espertinho que quer ganhar dinheiro, ele quer ganhar a aprovação de um pai. Quer ser como esse pai, piloto de avião. O Marcelo da ficção conquista público, faz rir e, pelo menos a mim, fez triste, angustiada, diante do turbilhão de sentimentos confusos que ele não é capaz de controlar. 

O filme VIPs, baseado do livro Vips - histórias reais de um mentiroso, de Mariana Caltabiano, nos coloca num mundo de meias verdades: de uma mãe que não sabe dizer como é seu filho, uma mãe que, por algum motivo, passa a mão na cabeça quando devia dar bronca, que fecha os olhos para não ver a verdade. 

Não é um filme nota 10, mas para mim foi um 8,5. Cumpre bem o papel de entretenimento e até nos faz pensar um pouco sobre as frágeis relações humanas. Sobre o excesso de valor dado a aparência, ao dinheiro. De maneira bem humorada, o filme expõe o ridículo real a que foram expostos algumas celebridades  brasileiras no episódio do Recifolia, quando Marcelo se passa por filho do dono da Gol

O Marcelo do livro, o Marcelo real, esse sim é um pilantra, embora, na minha opinião, não sem uma boa dose de transtorno mental. Ouvir algumas de suas entrevistas pode fazer muitas pessoas ficarem com o pé atrás com o filme. No entanto, o filme é uma obra de ficção, muito bem feita, na minha opinião, com uma atuação impecável de Wagner Moura e que merece ser prestigiado pelo público brasileiro.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

De repente

De repente o tempo passa e você, que tinha 14, 16, 19, 21 anos, chegou aos 26. Foi tão rápido que você se pergunta em que momento dessa história você perdeu a linha do tempo. E se olha no espelho tentando resgatar cada um dos anos que passaram tão rápido. Entre uma lembrança e outra, apesar do susto de se ver caminhando para os 30, você sente que aproveitou bem, que curtiu cada etapa, que valeu a pena.

Mas, de repente, suas preocupações não são mais as provas do colégio, a roupa  para  a festa de 15 anos da sua melhor amiga, o vestibular, os trabalhos da faculdade... Tudo isso já ficou para trás. E as preocupações agora são outras: trabalho, dinheiro, carteira de motorista, casa... Sim, quando vou ter uma casa? Minha casa, do meu jeito? E a vida de gente grande parece que chegou com tudo. 

E é preciso reaprender a fazer planos. Ter metas longas, e caminhar a cada dia em direção a elas. Era fácil planejar, na sétima série do ensino fundamental, que eu iria prestar o vestibular, para alguma coisa na área de humanas, e que eu iria morar sozinha quando tivesse 18 anos. Foi aos 19, mas eu consegui. Sempre me dediquei aos estudos, e de advogada a jornalista, hoje sou licenciada e bacharel em filosofia, já quase mestre. Mais ou menos lá pelo segundo ou terceiro ano da faculdade, comecei a sentir um vazio de metas. O plano mais ambicioso que eu tinha feito para minha vida desde os meus 14 anos já tinha sido alcançado. Ingressei numa universidade pública, mudei da minha cidade (vim morar em Campinas), não sozinha, mas estando por minha conta, dividindo casa com pessoas estranhas (que hoje são tão próximas que é estranho lembrar que um dia fomos desconhecidas dividindo uma casa. Elas são parte da minha vida já, amigas e amigos sem os quais nem consigo me imaginar), longe de pai e mãe e de vizinhos de longa data. Tudo novo. Mas, de repente, bateu aquela angustia: e agora? qual será o próximo desafio? Nesse momento, o plano mais imediato é uma viagem, e se tudo der certo, será no próximo ano. Mas o que farei nos próximos 5 ou 10 anos? Sinto calafrios só de pensar...

E esse tempo que passa tão rápido me faz lembrar de tantas coisas que eu ainda quero fazer. Os muitos filmes que tenho para assistir (isso porque nos último três anos corri atrás do meu atraso cinematográfico!), os livros que quero ler, os lugares que quero conhecer. E nesse mundo do imediato, das compras rápidas pela internet, das mensagens de celular, nesse mundo em que as distâncias foram sensivelmente encurtadas e o tempo nunca esteve tão acelerado, acho que sofremos do mal do imediatismo! A dificuldade dos planos a longo prazo. Será que é isso? Essa ansiedade, essa vontade de ter tudo resolvido pra ontem, como se o mundo fosse acabar nas próximas horas. Acabar não sei, mas que ele tem mudado numa velocidade assustadora isso é verdade! Desconfio que não é possível mais falar de uma geração se referindo a pessoas que nasceram numa mesma década. Em dois ou três anos a quantidade de mudanças operadas no mundo, as novidades tecnológicas, nos fazem pensar que entramos em algum portal do tempo...Tudo se torna ultrapassado e velho e num piscar de olhos. Quando entrei na faculdade (em 2004) ainda se usava disquetes. (Se alguma criança entre 9 e 11 anos estiver lendo esse post vai perguntar: ah, disquete? o que é isso? Pra você ver como são as coisas). 
E entre um email e outro, uma notícia e outra, um novo blog ou site, olho para a pilha de livros aqui do meu lado. E onde será que vamos parar? Esse monte de informação, essa agilidade do mundo moderno, essa imediaticidade de tudo? Mas parece que o jeito é não parar! E estou tentando reaprender a fazer planos a longos prazos. Estou tentando não ter medo do futuro. E acho mesmo que a vida é isso: um grande conjunto de tentativas!

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