Tem horas que o paraíso é abrir a janela e ter um pedacinho de céu bem azul sobre uma montanha verde, com algumas araucárias aqui e ali espalhadas, anunciando aquele friozinho aconchegante... Na verdade, o paraíso está em cerrar os vidros da janela, e deixar só o azul do céu entrar, enquanto o cheiro de café vai tomando conta da sala e do quarto. Talvez o verdadeiro paraíso seja a voz que vem da cozinha:
_ Fran, levanta, acabei de passar café.
Sim, voz de mãe. A geada já sumiu. São dez horas da manhã. Uma semana só, mas valeu a pena. Tirando todos os contratempos, o cartão bloqueado, a chateação de ir no banco, as pequenas desavenças familiares (implicações com a irmã, com o irmão e com a cachorra...), foi muito bom.
Mudanças aqui, e também lá. A casa dos meus pais já não é a "minha casa". Eles mudaram. Cheguei e, apesar da sensação de estar em casa, eu era uma estranha porta a dentro. Os móveis dispostos de maneira diferente. Os cômodos diferentes. Portas e janelas, a paisagem. Mas em poucas horas eu estava em casa.
E quando a gente sabe que está em casa? Comida de mãe, bronca e paparico de pai, briga com irmão, cochilo no sofá (enrolada num cobertor bem quentinho), brigadeiro feito pela irmã enquanto assiste filme de sessão da tarde, mãe trazendo xarope e dizendo "abre a boca" como se você tivesse três aninhos...
Férias, ainda que só uns diazinhos, fazem muito bem! Agora já estou de volta, e já com saudades...
segunda-feira, 21 de julho de 2008
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Inesperadas
- Vc lembra do carinha que eu disse ter conhecido outro dia?
- Claro, lembro. O Fulano?
- Sim, esse mesmo. Então, desencanei dele.
- Ah..
- Conheci outra pessoa. Bonito, inteligente, super simpático..
Vixi, não vai demorar e vou ouvir que também desencanou desse... Meu deus, com que facilidade as pessoas passam de muito interessante a totalmente desinteressante...
Enquanto as frases saltavam na tela do computador, continuava pensando na mutabilidade do ser. Na rapidez com que se passa do não ser para o ser e de repente para o não ser outra vez... Pensava em quantas vezes teria passado de muito interessante para desinteressante. Pensava em quantos lugares diversos teria ocupado diante dos olhares alheios. E mesmo pensava nos lugares que ocupava agora. Pensava também nos lugares a que tinha elevado ou submetido tantos "eus"..
- Vamos ao cinema hoje. e amanhã vou assistir filme na casa dele. agora vo pra academia. Depois te conto. bjo.
- bjo, sim, me conte...
Não deveria me surpreender! Já sei que é assim. Euforia! Energias gastas de uma só vez. E depois, bom, ai vem a baixa. O desinteresse é proporcional ao interesse eufórico inicial..
Não, eu não gosto disso. Prefiro as curvas. Ir subindo de vagar, até atingir o pico. Depois a queda não é tão brusca, e sempre pode-se encontrar um ponto de equilíbrio... Tudo bem que nem sempre é como a gente diz que gosta. E nem sempre também as melhores coisas são aquelas que acontecem de acordo com nossas teorias. Pra ser bem sincera: os melhores momentos de nossas vidas são aqueles que fogem a qualquer possibilidade de teorização a priori. São as surpresas...os empurrões inesperados que dão impulso a uma sequência de emoções e sentimentos jamais antes imaginados.. eita, e nem era sobre esse tipo de coisas inesperadas que eu queria falar, mas agora já foi...
Assinar:
Postagens (Atom)
Direitos autorais protegidos por
This work is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil License.
Sobre o que se fala
cotidiano
Poesia
Dicas
opinião
opiniões
política
utilidade pública
atualidade
atualidades
Rapidinhas
Campinas
educação
Conto
crônica
Minas Gerais
São Paulo
cinema
observações
Brasil
coisas da vida
escola
Misto
música
Delfim Moreira
divulgação
Barão Geraldo
Bolsonaro
Literatura
democracia
eleições
Filosofia
da vida
leitura
coisas que fazem bem
passeios
Comilança
clã Bolsonaro
redes sociais
revoltas
amigos
coronavírus
debate público
ensino
paixão
preconceito; atualidades
sobre fake news
séries
Dark
Futebol
amor
coisas de mineiro
coisas do mundo internético
criança
do eu profundo
façamos poesia;
final de ano; início de ano; cotidiano;
pandemia
8 de março
Ciência
de irmã pra irmã
distopia
história
infância
lembranças
mulheres
política;
tecnologia
virada cultural
Violência; Educação; utilidade pública
adolescência
autoritarismo
comunicação
consumo consciente
desabafo
economia
fascismo
férias
impressa
manifestação
mau humor
mentira
mágica
pós-verdade
quarentena
racismo estrutural
reforma da previdência
ser professor (a)
sobre a vida
músicaPoesia
15 de outubro
20 de novembro
2021
Anima Mundi
EaD
Eliane Brum
Fora Bolsonaro
Itajubá
Moro
Oscar
Passarinho; Poesia; Vida
Posto Ipiranga
aborto
amizade
amor felino
animação;
assédio sexual
autoverdade
balbúrdia
baleia azul.
bolsonarismo
cabeça de planilha
consciência negra
corrupção
coti
covid-19
crime
curta; crônica;
curtas; concurso; festival curtas
curtas; crônica;
da vida;
defesa
democracia liberal
descobrindo o racismo
desinformação
direitos
discurso
divulgação; atualidades
divulgação; blogs; poesia
documentário
família
filosofia de jardim
fim das sacolinhas plásticas
frio
férias; viagens; da vida;
gata
guerra de narrativas
hipocrisia
humor
ideologia
jornalismo
lei de cotas
livros
minorias
morte
mídia
música Poesia
novidades
para rir
próxima vida
racismo institucional
rap
resenha; atualidade; interesse público; educação
saudade
sentimentos
tirinhas
universidade
utopia
verdade
verdade factual
viagem
violência