sexta-feira, 27 de março de 2020

O golpe já está em curso

Parece que Bolsonaro, desde seu último pronunciamento, está empenhado em mandar parte da população brasileira para a morte. Talvez, secretamente, ele alimente a esperança de poder "fazer o que a ditadura não fez", matar alguns milhares de brasileiros. Não porque esses são comunistas, petistas, mas porque Bolsonaro é sádico, sociopata, maníaco.

 Infelizmente ele não está só. Nesse Brasil distópico, o que não falta é sociopata disfarçado de "empresário". Gente que acredita que a economia não pode parar só por causa da morte de 5 ou 7 mil pessoas. Gente que acha que se são só os "velhos" que podem morrer, devemos segregar os velhos e botar os novos para trabalhar. E se os velhos morrerem, já estavam velhos mesmo, iam morrer de qualquer jeito, afinal todos vamos morrer mais cedo ou mais tarde. Os que estão morrendo agora, cheios de doenças, não estão morrendo por causa do Covid-19, é porque já morreriam mesmo, é tudo histeria, é só uma gripezinha. O presidente genocida, que ora desgoverna o Brasil, conta com o apoio de muitos colaboracionistas, cúmplices que deverão ser corresponsabilizados pelo massacre que assistiremos em breve, se essa insanidade promovida por Bolsonaro não for parada. Entre os colaboracionistas, temos que destacar o ministro Sergio Moro e o ministro Henrique Mandetta, desde a última quarta-feira, quando passou pano para o pronunciamento criminoso do chefe. O ministério da saúde desde então não está mais nas mãos de um médico, mas de um político, que sabe Deus que cálculos está fazendo para achar que vale a pena rasgar seu diploma de medicina ao vivo e na frente de um país inteiro.

Vedação, Holocausto, Arame Farpado, Crematório

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Circularam pelas redes sociais nas últimas horas panfletos que chamam as pessoas para carreatas em diversos Estados no próximo final de semana em apoio a Bolsonaro, apoio ao retorno aos trabalhos e ao fim do isolamento físico. Sob o slogan de que o "Brasil não pode parar", pessoas mal informadas e outras de mau-caráter, mais uma vez, se apoiando na irresponsabilidade do chefe do executivo, espalham mentiras e promovem ações que irão colocar em risco a vida de milhares de brasileiros. E quem começou a palhaçada dessa vez foi o Senador Flávio Bolsonaro, sim o da rachadinha, o que contratou Queiroz, o velho amigo do papai, o mesmo que também empregou a mãe e a ex-esposa do Adriano da Nóbrega, miliciano morto esse ano em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas. Mas o que fez o senador? Levantou no Twitter a hashtag #BrasilNaoPodeParar. E se não bastasse toda a loucura promovida por robôs e seguidores fanáticos de Bolsonaro, agora a Secretária de Comunicação da Presidência (SECOM) está promovendo a campanha o #BrasilNaoPodeParar. O próprio presidente, na noite de ontem (26/03), compartilhou vídeo de carreata em SC, comemorando decisão criminosa do Governador Carlos Moisés (PSL) de abertura de shoppings e comércio na próxima semana. 

O quadro político que temos nesse momento no Brasil é de profunda instabilidade, causada pelo presidente da República, por suas declarações que afrontam autoridades sanitárias do mundo todo, que desmoralizam o trabalho do Ministério da Saúde e que estimulam os insensatos e desinformados aos desvarios típicos de uma cena apocalíptica de filme ruim, no qual o espectador já sabe que o fim se aproxima, mas os personagens insistem em se preocupar com banalidades e seguem a vida como se estivesse na mais plena normalidade. Mas Bolsonaro, o incansável, também tem se dedicado a atacar os governadores, fazer ameaças bravateiras, e causar pânico na população, ameaçando os mais pobres de morrerem de fome. 

Aproxima-se o 31 de março, data do Golpe civil-militar de 1964 que lançou o Brasil numa ditadura que durou 21 anos. Bolsonaro pode estar sonhando (delirando) com a possibilidade de dar outro golpe. Será que ele terá apoio dos militares? Como em 1964, empresários patriotas dispostos a sujar as mãos ao lado do capitão da reserva que sonhava em ser general, já temos. Um impeachment no meio de uma pandemia traz complicações extras e talvez o país não aguente isso neste momento, como parte da oposição tem defendido. Mas até quando o país aguenta os desmandos de Bolsonaro, seus filhos e ministros aloprados? Até quando o parlamento terá energia para apagar os incêndios e limpar a lambança que MPs e Decretos têm causado dia sim e outro também? Até quando decisões isoladas do STF terão condições de barrar o crescente autoritarismo mal disfarçado de Bolsonaro? 

Se não temos clima para impeachment, se temos que cuidar da pandemia e um processo de impeachment agora travaria o Congresso, precisamos encontrar alguma saída para afastar imediatamente Bolsonaro e seus ministros olavistas e terraplanistas que hoje estão empoleirados no Planalto. A cada dia o tempo corre contra aqueles que ainda se preocupam com o país e a população mais vulnerável que serão as principais vítimas do genocídio promovido nesse momento pelo chefe do executivo federal. O golpe que Bolsonaro está dando no país é muito grande, mas pode crescer nos próximos dias. Não dá para continuar acreditando que ignorar o presidente é uma alternativa. Infelizmente uma parcela considerável da população ainda lhe dá ouvidos, e está prestes a ir para as ruas no próximo final de semana. Ou paramos essa gente agora, ou o Brasil poderá sofrer o maior golpe da sua história.

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P.S. Depois da decisão da Justiça Federal do Rio proibindo a vinculação de propaganda contra o isolamento, a SECOM apagou suas postagens nas redes sociais com o slogan "O Brasil Não Pode Parar". Então o link que coloquei no texto não está funcionando, mas as postagens eram estas:

SecomVc on Twitter: "Para estes, o isolamento. Para todos os ...   O Brasil não pode parar: Secom apaga post e diz que campanha não ...

Esse governo é especialista em mentir e voltar atrás. Agora, apagando as postagens, a SECOM está dizendo que a propaganda não existe. Mas não é tão simples assim apagar os rastros dos crimes cometidos por esse governo. 

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