segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

A forasteira

Era uma manhã tranquila. Estavam todos e cada um fazendo suas coisas de todos os dias. Reinava aquela tranquilidade típica do interior. As horas se arrastando enquanto o sol passeava pelo céu. Uma galinha ciscava aqui. Outra cacarejava acolá. O galo bateu as asas e cantou para lembrar quem mandava no pedaço.

De repente, ela apareceu. Ninguém viu de onde. Como um milagre, ela surgiu.

Ficaram de olhos arregalados. Ouviu-se um burburinho se alastrando pela vizinhança. Quem seria aquela sirigaita, era a pergunta que os olhos aparvalhados e as caras estupefatas se faziam.

Ela não se intimidou. Desfilou. Mediu cada canto do novo território. Parecia também surpresa. Talvez não tivesse planejado parar exatamente ali. Ela tinha um jeito atrevido. Balançava a cabeça de um lado pro outro. Chacoalhava o corpo num gingado sedutor. Aquilo foi o suficiente. Em poucos minutos ela estava cercada. Olhos interrogantes. O burburinho crescente, que logo virou um chiado bem barulhento. E em seguida uma grande confusão.

Estava armada uma briga sem precedentes por aquelas bandas. Teve sangue. Arranhões. A forasteira, sozinha, se viu acuada. De longe o galo só bateu as asas, de novo pra lembrar quem mandava no pedaço. A poeira foi baixando. Parecia que tudo voltaria ao normal. Mas a recém chegada não deu sinal de partir. Ficou lá, num canto, tentando se recompor. As outras, desconfiadas e ainda enciumadas, formavam uma fileira a pouca distância. Não dariam tréguas à forasteira. Ela teria que conquistar seu espaço, se pretendia ficar.

Ela, que ajeitava as penas que haviam sobrado, já tinha entendido quem realmente mandava naquele galinheiro.

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