terça-feira, 25 de setembro de 2007

Nas minas gerais


O silêncio, o barulho
A vida, a morte
Um sentido ou a falta dele...

Vivemos apenas,
Sem nenhuma certeza de que o amanhã virá...
Hoje o sol nasceu,
Hoje eu acordei,
Hoje eu posso abrir os olhos e contemplar a imensidão...
Hoje eu posso ouvir a água batendo nas pedras...
Hoje eu posso sentir o gelo da água maltratando a minha carne...
Mas é hoje, e de preferência agora...

Mesmo que eu reúna todas as palavras,
Que forme as orações mais complexas,
Nada poderá exprimir o que sinto...
A máquina registra a cena,
Mas o sentimento foi registrado pelo espírito...

Ai! O verde dessas montanhas,
As curvas dessas estradas,
O vento cortante,
A água que parece navalha,
A cheiro de terra...
Ah, Minas Gerais,
É mesmo impossível te esquecer....


O silêncio, o barulho
A vida, a morte
O hoje, a contingência...

A beleza é inútil!
As melhores coisas dessa vida,
São assim devido a inutilidade que trazem em si....

E pra que(m) ser útil?
Qual a finalidade de tudo?
O ser é!... e pronto!
O não-ser pode ser apenas uma questão de ângulo...
Fim e finalidade...
Eu prefiro o movimento circular...


Porque aqui e agora é só hoje...
Amanhã é pura contingência!
Então é hoje que vivo,
Porque viver é contingência depois de hoje...

O barulho, o silêncio
A morte, a vida
A contingência, o hoje!



Francine Ribeiro
27/05/05
19:00h
Sítio Monjolinho, Aiuruoca, MG

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