Ela devia estar na casa dos 60. Mas, a considerar pela roupa, teria um espírito mais jovem do que o meu, no auge dos meus 25 anos.
Eu toda vestida de preto - sapato, blusa, bolsa e calça jeans. Acessório apenas um minúsculo brinco. Na mão esquerda - inchada e dolorida - livros. A mão direita me sustentando naquele ônibus que atravessa o tapetão a quase 100, numa tarde de terça-feira. Tinha dado duas aulas. Estava cansada e com fome.
Ela, uma blusa vermelha que combinava com os sapatos, também vermelhos. Acessórios? Muitos: colar, brinco, anéis, uns quatro. As unhas bem feitas, com uns brilhantezinhos reluzindo. A bolsa era colorida, listras amarelas, vermelhas e azuis.
Eu me equilibrava ao lado dela. A cada curva eu era arremessada pra lá ou pra cá. Ela não deve ter percebido que minhas mãos estavam inchadas, portanto nem poderia imaginar que elas estavam doendo... Mas ela deve ter percebido que era difícil me manter equilibrada, segurando apenas com uma das mãos. Mas ela não se ofereceu para levar os meus livros. Eram pequenos, nem pesavam tanto. No momento apenas me impediam de me segurar decentemente dentro daquele ônibus alucinado.
Fiquei observando aquela mulher que, embora de cabelos tingidos, teria sido motivo suficiente para que eu me levantasse, caso estivesse sentada, e oferecesse o lugar para ela, como fez a moça que ocupava aquele lugar. Fiquei observando e pensando o que custaria ela ter se oferecido para carregar os meus livrinhos...
Eu toda vestida de preto - sapato, blusa, bolsa e calça jeans. Acessório apenas um minúsculo brinco. Na mão esquerda - inchada e dolorida - livros. A mão direita me sustentando naquele ônibus que atravessa o tapetão a quase 100, numa tarde de terça-feira. Tinha dado duas aulas. Estava cansada e com fome.
Ela, uma blusa vermelha que combinava com os sapatos, também vermelhos. Acessórios? Muitos: colar, brinco, anéis, uns quatro. As unhas bem feitas, com uns brilhantezinhos reluzindo. A bolsa era colorida, listras amarelas, vermelhas e azuis.
Eu me equilibrava ao lado dela. A cada curva eu era arremessada pra lá ou pra cá. Ela não deve ter percebido que minhas mãos estavam inchadas, portanto nem poderia imaginar que elas estavam doendo... Mas ela deve ter percebido que era difícil me manter equilibrada, segurando apenas com uma das mãos. Mas ela não se ofereceu para levar os meus livros. Eram pequenos, nem pesavam tanto. No momento apenas me impediam de me segurar decentemente dentro daquele ônibus alucinado.
Fiquei observando aquela mulher que, embora de cabelos tingidos, teria sido motivo suficiente para que eu me levantasse, caso estivesse sentada, e oferecesse o lugar para ela, como fez a moça que ocupava aquele lugar. Fiquei observando e pensando o que custaria ela ter se oferecido para carregar os meus livrinhos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário