segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Meu pé de jabuticaba


Fruta. No meu léxico familiar, essa palavra significa uma coisa: jabuticaba. Herança familiar. Quando a vovó dizia que era tempo de fruta, não havia dúvidas sobre o que ela estava falando. Sim, é a minha fruta preferida. É a fruta por excelência. E é o tipo de fruta que não se compra no supermercado, que não vem embalada. Não na minha casa. O sabor da jabuticaba não seria o mesmo. Um pacotinho ou um potinho plástico com jabuticabas é uma heresia para mim. Jabuticaba se chupa no pé. De preferência sentada num dos galhos da jabuticabeira.

Tenha lembranças saborosas de infância. Muitas vezes estive pendurada em galhos maravilhosos de jabuticabeiras na casa de uma amiga. Era num sítio. Eu amava. Além das jabuticabas tinha o passeio em si, as brincadeiras e aventuras com a Ritieli e a Micheli, a comida boa (Maravilhosa!) da Regina. Chupava tanta jabuticaba e quando era preciso parar eu ficava dizendo para mim mesma, só mais uma, que vai ser a mais docinha. E sei lá quantas eu chupava, porque na minha cabeça de criança, a próxima sempre seria a mais docinha.

Na casa dos meus avós paternos também tinha uma jabuticabeira muito gostosa, e uma amoreira. Amora é outra fruta que só tem graça no pé. Ficando com as pontas dos dedos e a boca toda roxa. A primaiada se esbaldava naqueles pés de frutas. Era sempre lugar de risadas, algumas brigas, mas que geraram lembranças saborosas.

Jabuticaba é uma palavra que me remete à infância, aos afetos. Jabuticaba é uma das palavras que no meu léxico familiar também significa amor. Amor e conforto. O som da palavra – ja-bu-ti-ca-ba – já é saboroso. Enquanto escrevo posso ouvir o barulhinho da casca se rompendo dentro da boca, sinto o gosto doce, a textura inconfundível.

Nem preciso dizer que Jabuticabeira é minha árvore preferida. Quando nos mudamos para uma casa, eu pude realizar um sonho: ter um pé de jabuticaba para chamar de meu.  E ele está lindo! Florido, perfumado! E quando eu olho para ele, é como se visse parte da minha infância, a melhor parte, como se encontrasse a vovó, uma maneira também de me encontrar.

 

Sobre o que se fala

cotidiano Poesia Dicas opinião opiniões política utilidade pública atualidade atualidades Rapidinhas Campinas educação Conto crônica Minas Gerais São Paulo cinema observações Brasil coisas da vida escola Misto música Delfim Moreira Literatura divulgação Barão Geraldo Bolsonaro democracia eleições Filosofia da vida leitura coisas que fazem bem passeios Comilança clã Bolsonaro debate público redes sociais revoltas amigos coronavírus ensino paixão preconceito; atualidades sobre fake news séries Dark Futebol amor coisas de mineiro coisas do mundo internético criança do eu profundo façamos poesia; final de ano; início de ano; cotidiano; infância pandemia 8 de março Ciência de irmã pra irmã distopia história lembranças mulheres política; ser professor (a) tecnologia virada cultural Violência; Educação; utilidade pública adolescência autoritarismo comunicação consumo consciente desabafo economia fascismo férias impressa livros manifestação mau humor mentira mágica pós-verdade quarentena racismo estrutural reforma da previdência sobre a vida música Poesia 15 de outubro 20 de novembro 2021 Anima Mundi EaD Eliane Brum Fora Bolsonaro Itajubá Moro Oscar Passarinho; Poesia; Vida Posto Ipiranga aborto amizade amor felino animação; assédio sexual autoverdade balbúrdia baleia azul. bolsonarismo cabeça de planilha consciência negra corrupção coti covid-19 crime crônica ficcional crônica; infância; jabuticaba curta; crônica; curtas; concurso; festival curtas curtas; crônica; da vida; defesa democracia liberal descobrindo o racismo desinformação direitos discurso divulgação; atualidades divulgação; blogs; poesia documentário família filosofia de jardim fim das sacolinhas plásticas frio férias; viagens; da vida; gata guerra de narrativas hipocrisia humor ideologia jornalismo lei de cotas literatura; crônica; ficção; infância minorias morte mídia música Poesia novidades para rir próxima vida racismo institucional rap resenha; atualidade; interesse público; educação saudade saudade; coisas da vida sentimentos tirinhas universidade utopia verdade verdade factual viagem violência

Amigos do Mineireces