Assunto não falta, o que está faltando é tempo e inspiração. As eleições passaram. Em muitos lugares, como aqui em Campinas, ainda haverá segundo turno (e mais sujeira?). Até hoje ainda é possível encontrar resquícios do mau exemplo que os políticos deram a toda a sociedade (mais uma vez!). As cidades foram inundadas pela 'sujeira dos políticos'. Nossas crianças e jovens tiveram uma aula prática de cidadania na segunda-feira de manhã, quando chegaram nas escolas. A mensagem dos futuros prefeitos e vereadores era clara: é assim que vamos cuidar do patrimônio público - da sua rua, da sua cidade. A sujeira que eles estão acostumados a fazer está sendo limpa pelos cidadãos que, como sempre, se resignam a reclamar na conversa com o vizinho ou no bar da esquina, mas que no fim das contas não fazem nada (nesse caso fizeram tudo! Porque ainda hoje tem gente limpando a sujeirada alheia).
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Por falar em escola, crianças e jovens, dia após dia constatamos em sala de aula o pouco valor que a nova geração, encorajada pelos pais, está dando aos estudos, ao conhecimento e à educação, de um modo geral. Se já está difícil lidar com uma geração que não desgruda do celular, o trabalho parece hercúleo quando temos que presenciar pais e mães 'ligando' para seus filhos durante o horário de aula, como se o que tivessem que falar para o filho fosse questão de vida ou morte... Isso está acontecendo independente da idade do filho e da escola que este filho frequenta (pública ou particular). Os pais não educam seus filhos porque eles não são educados! Haja paciência para o professor. Não fosse lei e não fosse de interesse do aluno estar em sala de aula sem interrupções via celular ou seja por qual meio for, talvez merecêssemos ouvir comentários desaforados como o que se segue: "Mãe, vou ter que desligar porque a professora está na minha frente fazendo caras e bocas".
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Tem horas que os adultos parecem estar perdidos e, por inexperiência, ou, na pior das hipóteses, de caso pensando, dão aos jovens um poder que não lhes convém. Avaliação de professores feita por crianças e jovens serve de espaço de calúnia e vingança. Ser submetido aos comentários mimados, arrogantes e prepotentes de alunos que não sabem nem escrever é, no mínimo, humilhante. É difícil ser profissional quando nos contratam para ser babá ou animador de festa (mas esquecem de nos avisar isso) e anotam na nossa carteira de trabalho "Professor"...
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Com esse calor, melhor mesmo é ir vender coco na praia....
Quem está ligando para a educação? Estamos todos condenados a mediocridade e a insolência dos que pensam que basta ter dinheiro para ser alguém na vida. Conhecimento virou perfumaria, ou artefato fora de moda cujo lugar é o Museu ou um livro velho que fica de enfeite na estante da sala...Daqui a pouco só vai servir mesmo é para acender fogueira...
O problema não é não passar no vestibular (o que, por sinal, está cada vez mais fácil - afinal, nós precisamos de cotas e não de qualidade de ensino básico para todos!), o problema é não estar apto para viver!
Sinceramente deveríamos nos perguntar o que vamos fazer com tantos 'números'. Infelizmente a educação no Brasil virou apenas 'número'. Uns trocentos graduados por ano em todas as áreas (sem contar o número de títulos de pós graduação) e, ao mesmo tempo, um apagão de mão de obra qualificada em quase todos os setores.
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E é por isso que os 'santinhos' em época de eleição estão mais para 'figurinha carimbada'. É um ciclo vicioso: a sujeira começa e termina mesmo é nas escolas, ou melhor, é na educação...
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