quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cinema

Tinham combinado de se encontrar na hora do filme. Ela foi antes. Comprou as entradas. Era o filme deles. Estranho pensar assim.. Mas era isso mesmo. A idéia do filme talvez tenha sido o começo de tudo. Pelo menos pareceu o ponta pé inicial para que ambos se dessem conta de que realmente alguma coisa poderia acontecer...

Estava com alguns amigos que assistiriam outro filme. Ele liga, 18:14. Mas a ligação cai. Ela liga e dá caixa postal. Será que aconteceu alguma coisa? Não vai chegar em tempo? Mas fica tranquila. Não, ele só queria dizer que já está chegando. Continua conversando com os amigos. O telefone toca novamente, 18:18, é ele. "Estou no ônibus, daqui a pouco chego aí". Certo. Os amigos vão comer antes do filme. Encontra mais pessoas conhecidas. E a hora vai passando...18:36, o filme começará as 18:40. Ele não chega. Ela resolve ligar. "Já estou no shopping"! Ele deve tá correndo.. E estava! De repente ela vê um mocinho de camiseta amarela correndo pela praça de alimentação... Ia passando por ela desapercebidamente... Ela o chama. Um abraço. Que gostoso! Que abraço bom. Ficaria todo o dia assim, junto desse abraço. Ele estava todo atrapalhado. Tinha corrido bastante. Mas estavam em tempo. No fim das contas o filme começou com atraso de uns dez minutos.

O filme? Legal! Mas bom mesmo foi ficar abraçadinha com ele, sentindo o toque de suas mãos, carinho no braço, sentindo a respiração...
Ela não gosta de shopping. Aquele povo se esbarrando. Todos tão parecidos. Meninas iguais em fila, como se fossem bonecas na esteira de uma fábrica...o mesmo pode ser dito dos meninos, em suas bermudas caidas, com seus topetes...

Mas dessa vez foi diferente. Nem teve tempo para se irritar com nada disso. Jantaram no shopping. Conversaram, riram.. se olhavam com aquele olhar bobo... troca de confidêcias silenciosas, nos olhares sorrindo: como você me tem feito feliz, ela pensava.

Voltaram para casa abraçadinhos no circular. Ele contava como tinha sido seu dia. Talvez viajasse na próxima semana. Ela gosta de ouvir a voz dele. E o jeito que ele se empolga com as coisas que faz. Ele tem muita energia. Caminharam até a casa dela. Já estava tarde e ele preferiu não entrar. Mas que dificuldade deixar ele ir... Se pudesse, se tivesse uma varinha mágica, pra congelar o tempo, ou pra diminuir as horas que marcavam o relógio do celular... Parecia um imã. Mas que bobeira! Ele só vai pra casa. E amanhã com certeza se verão novamente. Mas era como se qualquer tempo que passassem longe pudesse roubar deles um bocado de felicidade...

Com muito custo se soltaram. Ele desceu a rua, ela se colocou portão a dentro... Andava sorrindo... já imaginava que horas se encontrariam no dia seguinte.. Esperava que esse sentimento bom durasse muito tempo..

4 comentários:

Vanna disse...

É pra lá d bom viver esse sentimento. Todos deveríamos ser obrigados a ter alguém q nos fizesse se sentir assim.
Bjs, bom fim d semana.

Daniela disse...

Gostei do texto... Gostei mesmo.

Pensamentos Soltos disse...

É lindo quando o sentimento não é unilateral.
E e meus problemas com "lateralidade"...

bjo

Pensamentos Soltos disse...

PS: E dizer que você gosta do meu blog e, mais ainda, que acha parecido com o jeito que você escreve é um tremendo de um elogio.
Honrada!

Sobre o que se fala

cotidiano Poesia Dicas opinião opiniões política utilidade pública atualidade atualidades Rapidinhas Campinas educação Conto crônica Minas Gerais São Paulo cinema observações Brasil coisas da vida escola Misto música Delfim Moreira divulgação Barão Geraldo Bolsonaro Literatura democracia eleições Filosofia da vida leitura coisas que fazem bem passeios Comilança clã Bolsonaro redes sociais revoltas amigos coronavírus debate público ensino paixão preconceito; atualidades sobre fake news séries Dark Futebol amor coisas de mineiro coisas do mundo internético criança do eu profundo façamos poesia; final de ano; início de ano; cotidiano; pandemia 8 de março Ciência de irmã pra irmã distopia história infância lembranças mulheres política; tecnologia virada cultural Violência; Educação; utilidade pública autoritarismo comunicação consumo consciente desabafo economia fascismo férias impressa manifestação mau humor mentira mágica pós-verdade quarentena racismo estrutural reforma da previdência ser professor (a) sobre a vida música Poesia 15 de outubro 20 de novembro 2021 Anima Mundi EaD Eliane Brum Fora Bolsonaro Itajubá Moro Oscar Passarinho; Poesia; Vida Posto Ipiranga aborto adolescência amizade amor felino animação; assédio sexual autoverdade balbúrdia baleia azul. bolsonarismo cabeça de planilha consciência negra corrupção coti covid-19 crime curta; crônica; curtas; concurso; festival curtas curtas; crônica; da vida; defesa democracia liberal descobrindo o racismo desinformação direitos discurso divulgação; atualidades divulgação; blogs; poesia documentário família filosofia de jardim fim das sacolinhas plásticas frio férias; viagens; da vida; gata guerra de narrativas hipocrisia humor ideologia jornalismo lei de cotas livros minorias morte mídia música Poesia novidades para rir próxima vida racismo institucional rap resenha; atualidade; interesse público; educação saudade sentimentos tirinhas universidade utopia verdade verdade factual viagem violência

Amigos do Mineireces