Ela caminhava com graça. Parecia pisar pétalas de rosas frescas. Tinha um sorriso no rosto e uma lágrima no olho. O cabelo esvoaçava pelo ombro, ora cobrindo-lhe a face, ora apenas voando para trás. O vestido azul, com algumas pequenas florzinhas amarelas, cobria a cocha e se estendia até os joelhos. Eram joelhos de criança. Com algumas marcas de tombos de bicicleta e nas canelas sinais de batidas nas beiradas das cadeiras da escola.
Tinha um laço na cintura. Uma fita não muito larga, de cetim, também azul. Era uma menina que estava crescendo quase sem querer. Quase sem perceber. A face rosada, ainda tinha aquelas bochechas de criança. Mas, aos poucos, a cintura se ajeitava e o quadril se sobressaía. Também tornavam-se salientes os peitinhos de menina moça. Ela fingia não ver nada disso. Ainda corria e pulava amarelinha no fim da tarde, na rua de casa. Vê-la como agora, de vestido, era raridade. Gostava mesmo era de bermudas e camisetas. Usava tênis ou tinha os pés descalços. Aquela delicada sandália que tinha nos pés agora fora presente da mãe, em seu último aniversário. Tinha feito 12 anos. E ainda gostava de balas doces, rosas e muito doces.
Ela não sabia, mas enquanto passava pela rua, naquele caminhar leve e despreocupado, alguns olhares indiscretos já lhe desejavam ver por baixo do vestido. Ela não sabia, ou fingia bem não saber. Isso não lhe interessava. Queria era prolongar aquelas tardes de brincadeiras, o aconchego do colo do pai, a meninice que desfilava em seu rosto corado. Queria soltar pipa com os primos menores. Queria jogar pedrinhas no lago e ficar observando as ondas se desfazerem diante de seus olhos. Queria andar de bicicleta. Ah, queria tantas coisas. E sentia que o tempo ficava curto.
A lágrima no olho talvez fosse de saudade do que ainda era, mas alguns passos adiante não será mais. Saudades da algazarra alegre no fim de tarde. De rolar na grama. De ralar os joelhos. Dos roxos nas canelas de moleca.
Caminhava leve. Pisava suave o chão. A lágrima, aquela única lágrima que brotou no olho esquerdo, finalmente correu solitária pela face. O sorriso se desmanchou. Ela quase parou. Respirou fundo, ergueu a cabeça. E, para um observador desatento, passaria despercebido, mas foi como mágica. Não era mais a menina. Era já a mulher que seria. Os primeiros passos dela. Pisava com firmeza, ainda com delicadeza. O vestido esvoaçava descobrindo parte dos joelhos. De repente sorria novamente.
Tinha um laço na cintura. Uma fita não muito larga, de cetim, também azul. Era uma menina que estava crescendo quase sem querer. Quase sem perceber. A face rosada, ainda tinha aquelas bochechas de criança. Mas, aos poucos, a cintura se ajeitava e o quadril se sobressaía. Também tornavam-se salientes os peitinhos de menina moça. Ela fingia não ver nada disso. Ainda corria e pulava amarelinha no fim da tarde, na rua de casa. Vê-la como agora, de vestido, era raridade. Gostava mesmo era de bermudas e camisetas. Usava tênis ou tinha os pés descalços. Aquela delicada sandália que tinha nos pés agora fora presente da mãe, em seu último aniversário. Tinha feito 12 anos. E ainda gostava de balas doces, rosas e muito doces.
Ela não sabia, mas enquanto passava pela rua, naquele caminhar leve e despreocupado, alguns olhares indiscretos já lhe desejavam ver por baixo do vestido. Ela não sabia, ou fingia bem não saber. Isso não lhe interessava. Queria era prolongar aquelas tardes de brincadeiras, o aconchego do colo do pai, a meninice que desfilava em seu rosto corado. Queria soltar pipa com os primos menores. Queria jogar pedrinhas no lago e ficar observando as ondas se desfazerem diante de seus olhos. Queria andar de bicicleta. Ah, queria tantas coisas. E sentia que o tempo ficava curto.
A lágrima no olho talvez fosse de saudade do que ainda era, mas alguns passos adiante não será mais. Saudades da algazarra alegre no fim de tarde. De rolar na grama. De ralar os joelhos. Dos roxos nas canelas de moleca.
Caminhava leve. Pisava suave o chão. A lágrima, aquela única lágrima que brotou no olho esquerdo, finalmente correu solitária pela face. O sorriso se desmanchou. Ela quase parou. Respirou fundo, ergueu a cabeça. E, para um observador desatento, passaria despercebido, mas foi como mágica. Não era mais a menina. Era já a mulher que seria. Os primeiros passos dela. Pisava com firmeza, ainda com delicadeza. O vestido esvoaçava descobrindo parte dos joelhos. De repente sorria novamente.
Um comentário:
Linda a foto do perfil.
Acredito q somos quem seremos desde cedo. Pouco d nós muda c/ as dores e sabores.
Bjs
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