É, ele não está aqui. Deixou em seu lugar um botão de rosa vermelho: lindo, viçoso, nem tão cheiroso assim, mas uma delicada companhia, que está logo ali, pra me lembrar do quanto ele gosta de mim. E que sentirá minha falta (e eu nem se fala!). Eu sei que ele também está logo ali, sei que basta um toque de telefone e poderei ouvir a voz dele, mas sentirei saudade mesmo assim. Saudade do beijo de bom dia, do beijo de boa noite, do cheiro quando me abraça, dos olhos que sorriem pra mim quando ele me observa, assim, como quem não quer nada!
Mas sentir saudade é bom! Já posso imaginar o coração disparando, a garganta secando e aquela sensação boa de me encontrar nos braços dele daqui algumas semanas! Enquanto isso, logo ali, ao alcance dos olhos, o botão de rosa vermelho me espreita e enche o meu coração de um sentimento bom, de uma ternura que me aquece nessa noite fria de julho, o mês das férias.
Não quero pensar muito sobre o botão de rosa, eu sei que logo ele vai morrer. Na verdade, já está morto, o que agora aprecio, o que agora me faz companhia, não passa de uma sombra do botão, cuja vida foi roubada. Ele nem mesmo chegou a se abrir para a vida...
Tudo que eu quero guardar dele é a beleza, a companhia que ora me faz, e a doce lembrança do momento no qual ele me foi oferecido, durante o jantar de sexta-feria, antes da viagem de férias do meu lindo.
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