Fecho os olhos e me vejo dançando. De sapatilhas brancas, vestido de menina, numa grama verde, com o vento brincando com meus cabelos. Posso sentir o roçar do vento na minha pele. O verde da grama parece aquele da minha infância. O cheiro também vem de lá. E fico feliz. Talvez como eu era naquele tempo. Não que eu não seja feliz agora, mas a felicidade é diferente, assim como eu, embora a mesma, sou diferente.
Abro os olhos e estou no meu quarto. Cheio de papéis, livros, rabiscos, deveres. Pedaços de mim em todo canto. E eu tento me encontrar aqui, como lá, de sapatilhas brancas e vestido de menina.
E lembro de tantas coisas. E sinto falta da minha mãe. De um abraço. Fecho os olhos e volto correndo para um lugar bonito com cheiro de carinho, com cores de infância e me sinto segura e protegida. E esqueço por um momento o medo que me afligia. O medo das responsabilidades da vida de gente grande. Ontem eu era a menina que aprendia as lições, amanhã serei a professora que ensinará, mesmo duvidando do que sabe.
Abro os olhos porque não há tempo para escapar da realidade. Fecho os olhos porque não há vontade de encarar tantas perguntas sem resposta. Fecho os olhos e imagino o abraço que receberei em algumas horas ou minutos. Será o abraço no qual tentarei me proteger de mim.
A menina de vestido e sapatilhas brancas ainda dança.
(texto escrito ao som de Bruno Morais - Bichinho do Sono. Dica do dia! Mais uma descoberta da cena independente. Vale a pena conferir!!)
Abro os olhos e estou no meu quarto. Cheio de papéis, livros, rabiscos, deveres. Pedaços de mim em todo canto. E eu tento me encontrar aqui, como lá, de sapatilhas brancas e vestido de menina.
E lembro de tantas coisas. E sinto falta da minha mãe. De um abraço. Fecho os olhos e volto correndo para um lugar bonito com cheiro de carinho, com cores de infância e me sinto segura e protegida. E esqueço por um momento o medo que me afligia. O medo das responsabilidades da vida de gente grande. Ontem eu era a menina que aprendia as lições, amanhã serei a professora que ensinará, mesmo duvidando do que sabe.
Abro os olhos porque não há tempo para escapar da realidade. Fecho os olhos porque não há vontade de encarar tantas perguntas sem resposta. Fecho os olhos e imagino o abraço que receberei em algumas horas ou minutos. Será o abraço no qual tentarei me proteger de mim.
A menina de vestido e sapatilhas brancas ainda dança.
(texto escrito ao som de Bruno Morais - Bichinho do Sono. Dica do dia! Mais uma descoberta da cena independente. Vale a pena conferir!!)
2 comentários:
Lindo, lindo. Amei. Sou quase como a menina, ainda espero o carinho que não tive, mas não tenho medo d ser grande embora fique quietinha dentro d mim.
Bjs, lindos dias.
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