O ano começou com campanhas de grandes redes de supermercado no estado de São Paulo anunciando o fim das sacolas plásticas. E, de repente, tem um monte de gente se manifestando contra essa ideia e, mais que isso, se manifestando em defesa das sacolas plásticas.
Faz já um tempinho que decidimos reduzir o uso de sacolas plásticas aqui em casa. Para isso temos usado as sacolas de pano (houve um movimento interessante na onda do ecologicamente correto, que fez com que empresas e instituições em geral distribuíssem sacolas de pano como brinde em eventos e afins; pelo menos ganhamos umas quatro. Além delas usamos também sacolas térmicas e as caixas de papelão - que são reutilizadas para armazenar material reciclável seco). Além da redução do uso de sacolas, tentamos também reduzir o uso dos saquinhos de frutas e legumes.
Sou a favor do uso daquelas antigas bolsas de feiras, coloridinhas, que lembram minha infância, e dos carrinhos de feira. Nós vivemos tão bem por tanto tempo sem as sacolinhas plásticas! Por mais que pareça difícil, acredito que não será impossível nos adaptarmos ao seu fim. Contra essa campanha pesa o hábito adquirido nas últimas décadas. De fato, as sacolinhas ganharam muita utilidade em casa, seja para o descarte de lixo comum, ou para nos auxiliar nas viagens - guardando sapatos e roupas usadas ou molhadas. Mas também o número de sacolas indevidamente espalhadas mundo a fora não é brincadeira. Sacolas flutuam na estrada, estão emaranhadas em galhos de árvores ou na beira de rios e córregos, ou ajudando a entupir bueiros, ou na areia da praia no final de um dia de sol.
Não tenho argumentos contundentes em favor do fim das sacolinhas plásticas nos supermercados, mas sou simpática a ideia. No entanto, não é o fim das sacolinhas que vai salvar o planeta. A urgência de se falar em mudanças de hábitos de consumo é cada vez mais gritante. O caminho para isso, sem dúvida, é a educação. Mas, também é sabido, é um processo lento. Por mais que pareça arbitrário o fim das sacolinhas, talvez ele se apresente neste momento como o melhor caminho. Quem sabe com essas medidas, as pessoas não comecem a pensar mais seriamente nos seus hábitos de consumo? Consumo consciente é a nova-velha onda do momento. É importante falarmos em desperdício e em excessos. Será que precisamos mesmo comprar tudo o que compramos? Essa falsa necessidade que o sistema capitalista impõe a nós, consumidores em potencial, precisa ser ponderada, refletida de maneira crítica. Não estou dizendo para pararmos de consumir. Mas podemos fazer isso de maneira mais inteligente.
Ninguém pode ser inocente a ponto de acreditar que as grandes redes de supermercado que entraram nessa campanha assim decidiram por puro altruísmo. É LÓGICO que elas estão visando LUCRO. Mas, por outro lado, não podemos esperar ações altruístas para mudar o mundo e para pensarmos no futuro do planeta.
Se as sacolinhas são as vilãs ou vítimas da vez? Não sei. Mas sei que é hora de pensarmos e mudarmos nossas atitudes como consumidores-cidadãos. E não, eu não tenho uma receita pronta para resolver nossos problemas! Mas tento fazer minha parte, nas pequenas coisas do dia a dia. E você, o que pensa sobre isso? O que tem feito pelo planeta?
3 comentários:
Lúcido e questionador o seu post, sobre um assunto na ordem do dia. Parabéns e obrigado pelo comment em Consoantes Reticentes. Um beijo pra você.
Muito legal, Fran...de fundamental importância! Parabéns pelo post!Beijim...rs
Marcelo e Maria Tereza,
Obrigada pelos comentários!
Pelo jeito ainda vai dar muito o que falar essa história das sacolinhas.
abraços
Fran
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