Acabo de ler "Brasil: construtor de ruínas", de Eliane Brum. Livro fundamental para todos que estão buscando compreender esse Brasil do século XXI. Como nos diz Eliane, esse Brasil de Bolsonaro é resultado de um processo e, para compreendê-lo, é preciso voltar no tempo. É preciso fazer um acerto de contas com as últimas décadas, colocar o Brasil (os Brasis) no divã, prestar atenção nos detalhes que passaram despercebidos, rememorar fatos e decisões que já perderam suas cores em nossa memória.
Com delicadeza e coragem e, acima de tudo, profundo comprometimento com os fatos, Eliane nos convida a nos encarar, a nos colocar diante do espelho e nos desnudar das máscaras que, partidas, já não dão conta de dizer quem somos. Se essas máscaras geravam uma imagem ilusória, temos agora o desafio de encarar a ausência de imagem e a necessidade da construção dessa imagem coletiva. A jornalista denuncia a violência cotidiana a que estão submetidos milhares de brasileiros, Ágathas, Amarildos, Guajajaras, Marielles, por séculos invisibilizados nas periferias do Brasil. Violência que se intensificou no último ano, autorizada e estimulada pelo discurso oficial do presidente e de seus apoiadores e seguidores. Eliane também denuncia a perversão que tomou conta da política e do dia a dia do país; perversão que se faz presente numa linguagem que já não significa, em palavras desencarnadas, vazias, que geram confusão e desentendimento, que interditam o diálogo e, finalmente, impossibilitam a democracia. A autora nos conduz às origens desse estado de coisas, nos recorda quem foram os personagens que deram início a essa perversão que agora funciona como estratégia de governo. Nos recorda quando o fascismo e o estado de exceção começaram a fazer parte do nosso cotidiano.
A honestidade da leitura que Eliane Brum faz dos Brasis certamente irá causar desconforto em algumas pessoas e grupos; a dureza de suas críticas poderá ser interpretada como ataque por outros. Mas não se trata de culpar ou flagelar esse ou aquele partido, trata-se de responsabilizar os agentes públicos e políticos que atuaram nas últimas décadas e fizeram parte desse processo. Finalmente, é um livro que nos convida a ação, que nos chama a construção de solidariedade, que nos exorta a estar de corpo e alma na luta pela democracia, uma democracia que não seja apenas um conceito, mas que seja realidade, tecida nesse encontro de corpos e palavras capazes de encarnar a realidade e de dar sentido às diferentes formas de ser brasileiro.
Com delicadeza e coragem e, acima de tudo, profundo comprometimento com os fatos, Eliane nos convida a nos encarar, a nos colocar diante do espelho e nos desnudar das máscaras que, partidas, já não dão conta de dizer quem somos. Se essas máscaras geravam uma imagem ilusória, temos agora o desafio de encarar a ausência de imagem e a necessidade da construção dessa imagem coletiva. A jornalista denuncia a violência cotidiana a que estão submetidos milhares de brasileiros, Ágathas, Amarildos, Guajajaras, Marielles, por séculos invisibilizados nas periferias do Brasil. Violência que se intensificou no último ano, autorizada e estimulada pelo discurso oficial do presidente e de seus apoiadores e seguidores. Eliane também denuncia a perversão que tomou conta da política e do dia a dia do país; perversão que se faz presente numa linguagem que já não significa, em palavras desencarnadas, vazias, que geram confusão e desentendimento, que interditam o diálogo e, finalmente, impossibilitam a democracia. A autora nos conduz às origens desse estado de coisas, nos recorda quem foram os personagens que deram início a essa perversão que agora funciona como estratégia de governo. Nos recorda quando o fascismo e o estado de exceção começaram a fazer parte do nosso cotidiano.
A honestidade da leitura que Eliane Brum faz dos Brasis certamente irá causar desconforto em algumas pessoas e grupos; a dureza de suas críticas poderá ser interpretada como ataque por outros. Mas não se trata de culpar ou flagelar esse ou aquele partido, trata-se de responsabilizar os agentes públicos e políticos que atuaram nas últimas décadas e fizeram parte desse processo. Finalmente, é um livro que nos convida a ação, que nos chama a construção de solidariedade, que nos exorta a estar de corpo e alma na luta pela democracia, uma democracia que não seja apenas um conceito, mas que seja realidade, tecida nesse encontro de corpos e palavras capazes de encarnar a realidade e de dar sentido às diferentes formas de ser brasileiro.
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