"O poeta é um fingidor"
Será que é isso?
Finjo ou minto
As dores que sinto?
E de onde vieram as dores fingidas,
Da distância que eu mesma invento?
Da covardia que me faz convercer-me de que "às vezes, precisamos fugir para não morrer"?
Serão as lembranças tristes e doloridas
Só uma invenção?
Meu álibi?
Afinal, de que verdades estou fugindo?
Que coisas difíceis são essas que não posso compreender e das quais não consigo falar?
Será que apenas finjo e minto todas elas?
Será que já morri?
Que será de mim, poeta ao menos?
Apenas uma filha perdida?
Entre um livro e outro
Um verso e tantos outros
Personagens que poderiam ser eu
Finjo que me encontro
Deixo-me perder
Invento novos enredos
Passados, futuros
Sou poeta
E sinto as dores e os tormentos
Que me inventam.
Sou poeta, fingidora
Fugidia
Perdida.
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