Numa outra vida
Eu não preencho planilhas
Nem qualquer sistema chato
Não faço nada que eu não veja sentido.
Numa outra vida
Eu sou poeta
Faço versos, canto
Cuido do quintal
E no resto do tempo
O que faço é pensar.
Numa outra vida
Eu não preciso provar pra ninguém
Que estou fazendo o que faço
Ou que o que eu faço é importante.
Numa outra vida
Eu só vivo
E faço tudo que me faz feliz.
Numa outra vida
Eu não tenho que dirigir
Mas viajo bastante
Eu vejo lugares bonitos
Conheço cantos do mundo que hoje eu apenas desejo conhecer.
Numa outra vida
Eu não tenho que pegar estrada
Não tenho que encarar o volante
Mas estou na direção.
É essa outra vida
Ainda que imaginada
Que me faz suportar a vida
Na qual preencho planilhas, sou obrigada a fazer coisas sem sentido, aguentar reuniões chatas, porque tenho que pagar as contas no final do mês.
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