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Nós já não nos reconhecemos
Estamos desfigurados,
magoados,
ressentidos,
partidos.
Nós até convivemos
nas ruas, parques, no supermercado,
mas fazemos cara feia, cara de reprovação,
basta uma cor se destacar,
uma bandeira tremular.
Nós, no fundo, compartilhamos uma mesma crença:
somos melhores e não queremos nos misturar,
nos fechamos em bolhas, em clãs, em nós...
Estamos nos perdendo.
Metade de nós é medo, tristeza e um desejo de não perder a esperança, mas também é arrogância e uma certeza de que estamos do único lado certo que existe.
A outra metade, embora pareça fazer festa em ritmo de copa, teme fantasmas, sente-se inferiorizada, está cheia de raiva, diz que defende a vida, mas se agarra em armas, xinga, ofende, coloca pra fora o que tem dentro de si.
Estamos perdidos.
Será que nós vamos conseguir encontrar um caminho antes de destruirmos de vez nossa casa?
Nós erramos. De muitos jeitos. Erramos de lado a lado.
Mas será que saberemos acertar juntos?
Ou nós estamos fadados a perecer juntos?
Porque todos vão sofrer.
Porque uma hora ou outra
podemos ser alvo da própria arma que ostentamos.
Nós não nos reconhecemos mais.
Nós estamos nos perdendo.
Estamos perdidos.
Fracassamos.
Somos nós cegos.
Saberemos nos desatar?
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