quinta-feira, 23 de março de 2017

O G1 e o desserviço da mídia

Dia muito triste esse de hoje. Uma 'notícia' no G1 denegrindo a imagem da escola na qual trabalho há mais de cinco anos. A chamada no portal mais parece coisa do Sensacionalista. "MMA na escola: Professores discutem e se agridem dentro da sala de aula em Campinas". 

MMA na escola?? Isso lá é chamada de um jornal que se respeite? Coisa mais ridícula e absurda. Se de fato se tratasse de um caso de violência já seria absurdo, mas o vídeo em questão não tem mais do que a tentativa de um professor de impedir que um outro cidadão invadisse sua aula a fim de colocar os alunos contra a equipe gestora da escola. 

O cidadão que tenta invadir uma sala de ensino fundamental infelizmente também é professor da escola. Um professor que vem tumultuando e tornando um inferno o dia a dia da escola já faz um bom tempo. Ele é manipulador e há tempos tenta colocar os alunos contra a equipe gestora da escola. Usa de sua 'autoridade' de professor para coagir menores. Certa feita, conduziu alunos a uma sala de informática e, praticamente, os obrigou a realizar uma denuncia de racismo contra a diretora no site da ouvidoria. Isso em horário de aula. Pois o mesmo usa o seu tempo em sala de aula para 'doutrinar' os alunos. Da química os alunos têm como principal referência as bombas que ele explodia na escola sem comunicar os demais professores, causando sustos e tumultos durante as aulas. 

Enquanto a acusação de racismo contra a diretora não passava de armação do referido sujeito, contra ele pesa reclamações de alunos por práticas racistas dentro da sala de aula. Além disso, são vários os casos relatados por alunos de que o cidadão e tira nota de acordo com suas simpatias ou antipatias pelos educandos. E quando os pais o procuram na escola para tirar satisfação sobre sua postura com seus filhos, são ignorados ou ouvem que não souberam educar seus filhos. O cidadão também é afeito a realizar comentários lisonjeiros a respeito da beleza das alunas - adolescentes entre 15 e 17 anos - nas redes sociais. E adora ficar abraçando e beijando as alunas pelos corredores... Também parece ser um de seus passatempos favoritos se meter nas relações amorosas dos alunos. Ao mesmo tempo que gosta de dar um de cupido, unindo estudantes em namoro, tenta separar casais, mandando mensagens de whatsapp e via facebook, porque, aparentemente, não está satisfeito com o relacionamento dos alunos. 

A falta de ética dessa pessoa não tem limites. Ele costuma tornar público conteúdo de conversas que acontecem em reunião de professores e em conselho de classe. Isso quando não inventa suas próprias verdades para divulgar entre os alunos com a clara intenção de os colocar contra outros professores - eu mesma já fui vítima desse tipo de ação da criatura. No ano passado tentou cooptar estudantes do Grêmio da escola para fazer uma ocupação da mesma a fim de pedir a saída da diretora. Num momento em que alguns estudantes pensavam em se mobilizar contra o caso do roubo de merendas em São Paulo, esse cidadão tentou manipular os estudantes para alcançar os seus próprios interesses. Felizmente os alunos foram mais inteligentes do que ele supunha. 

Como foi informado pela própria Diretoria de Ensino ao G1, o cidadão "responde processo administrativo por denúncias contra ele, que pode resultar em seu afastamento". É bom que fique registrado que esse afastamento já passou da hora de acontecer. Infelizmente a burocracia em nosso país e na Educação do Estado parece dar mais importância a papéis do que a situações concretas/fatos. Não sei o que mais se espera para que ele seja afastado da escola e dos alunos. Ele é uma ameaça, uma influência negativa e perigosa para os estudantes. Não satisfeito em tentar manipular os alunos do Ensino Médio, segmento no qual leciona - ou, pelo menos devia fazê-lo-, agora o cidadão pretende se fazer de defensor dos oprimidos e desvalidos também entre os alunos do Ensino Fundamental. 

O professor, que no famigerado vídeo do G1 aparece empurrando o cidadão, estava apenas tetando proteger seus alunos da influência nefasta que aquele poderia ter sobre eles. Não é a primeira vez que esse cidadão provoca e tenta tirar um colega de trabalho do sério. O que ele mais quer é sair como vítima. Com um discurso fajuto de pacifista, ele só semeia a discórdia. Fala em amor, mas age movido pelo ódio. Diversas vezes, aos berros, na frente de alunos ou pais de alunos, disse que a diretora não prestava. Essa semana, de maneira covarde - o que tem sido sua marca- aos berros chamava um colega de criminoso enquanto estava cercado por alunos. Qual o crime do colega? Dizer-lhe de maneira enérgica que ele não tinha o direito de invadir a sala de aula de outros professores. 

Estou exausta. O dia foi longo. Mas é preciso tentar acreditar que essa história vai ter um fim. É muito difícil não desanimar diante de tanta coisa errada. E para coroar meses de angustia aparece o G1 com sua manchete sensacionalista e irresponsável. Desse jeito é fácil fazer jornalismo. Contando só um lado da história, sem se preocupar em investigar o que noticiam, fiando-se na palavra de um sujeito que, aparentemente, se acha um cidadão de bem. Para mim, Jornalismo se faz com mais responsabilidade e seriedade. Jornalismo informa, não deforma. Jornalismo de verdade contribui para que a Sociedade possa enfrentar seus demônios. Já o jornalismo que o G1 se prestou a fazer hoje transforma salas de aula em arenas de MMA... Lamentável. 

6 comentários:

Guilherme Bim disse...

"O que ele mais quer é sair como vítima. Com um discurso fajuto de pacifista, ele só semeia a discórdia. Fala em amor, mas age movido pelo ódio."

Com esse discurso de "bondade" ele manipulou muitos alunos (Inclusive eu)
Esse ano ele ta passando dos limites, ele precisa ser afastado urgentemente!

Anônimo disse...

E que a verdade seja dita!
Finalmente alguém expos a indignação geral, sobre os fatos que vem ocorrendo.
Obrigada Fran, por ter dado voz a todos.

Anônimo disse...

Ainda bem que os alunos estão acordando e enxergando quem realmente ele é.... Acho que dessa vez a máscara dele caiu...

Anônimo disse...

Olha, concordo que é necessário apurar os fatos. E ainda digo mais, tem qur fazer boletim de ocorrência a cada passo que ele der, principalmente quanto as bombas, mas que esta escola é um modelo? Nao. Nao é. Eu mesma ja fui assediada por um professor tarado , alias, todas as meninas da minha sala e das outras que ele vinha atendendo. Fizemos abaixo assinado onde o periodo inteiro da manha assinou e a diretoria da epoca nao fez nada. No meu curriculum escolar consta que eu passei na materia dele por aprovacao do conselho, pois eu fui a unica quem ele colocou em recuperacao e precisei de minha professora de portugues para falar para a diretora, que veio pessoalemente me comunicar da recuperacao, que era estranho este acontecimeto pois eu era uma das melhores da sala. Anos depois fui visitar a escola para saber se melhorou, afinal eu tenho uma filha e a possibilidade de precisar coloca-la no DJN era grande. Fiquei 5 minutos na escola e presenciei uma falta de educacao gigante do(a) funcionario(a) com um aluno que passava mal a espera da chegada da mae. Aí eu me ponho a pensar, por mais que a atitudr que descreve aqui sejam absurdas, sera que o motivo dele nao tem algum funfamento?


Ass. Uma ex aluna

Francine Ribeiro disse...

Olá ex-aluna.
Obrigada por seu comentário. Apenas gostaria de fazer algumas observações:
i) Em nenhum momento eu disse que o DJN é uma escola modelo; No entanto, como professora desta unidade escolar, acredito que seja um desserviço colocar a escola como se fosse uma terra de ninguém – ou uma arena de MMA -, como se todos os profissionais fossem do mesmo tipo do cidadão que resolveu invadir as salas de profissionais que estavam no exercício de sua função.
ii) Em segundo lugar, eu disse que estou nessa escola há mais de 5 anos (entrei em 2012), e peguei duas equipes gestoras diferentes nesses anos. Não me parece justo julgar a atual equipe gestora com base em fatos que ocorreram “há anos atrás” como você relata sem especificar.
iii) Em terceiro lugar, não é justo julgar toda a escola pela atitude de um de seus funcionários – seja este um professor ou um agente escolar.
Como professora desta U.E., espero poder receber sua filha num ambiente muito melhor do que o que temos atualmente. Abraços cordiais.

Anônimo disse...

Ótimo texto, Fran. Ele nos faz saber o que realmente aconteceu dentro da escola e não os boatos que saem nas mídias. Obrigada!

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