Estava no último degrau, ia botar o pé na calçada, mas se lembrou que havia deixado o envelope em cima da mesa. Deu meia volta e pôs-se a subir os quinze degraus. Tentou acelerar o passo, mas estava com o corpo pesado, ainda sentia sono.
Que paredes sujas. Já tinha reclamado com a dona do prédio, mas não teve resposta. E ainda escuro. Aquela luz fraquinha do corredor, lembrando a luz de gerador do sítio dos avós, lá da sua infância, era motivo para que subisse a escada correndo toda noite. Além do mais, nem porteiro tinha. Tudo bem que pelo preço que pagava não dava para exigir tanto. Mas dona Joana poderia cobrar um pouquinho mais e melhorar a cara do prédio...
Envelope na mão, trancou a porta e novamente descia as escadas. Mas o que foi aquilo que ouviu? Pareceu um tiro meio abafado. Parou onde estava. O silêncio tomava conta de tudo. Aquela hora do dia ninguém mais estava em casa. Saiam todos muito cedo. Trabalhavam no centro. Mal conhecia os vizinhos. Vira alguns uma vez ou outra, fechando a porta, quase na rua, e nem sabia o nome deles. Ah, sabia sim! O seu Eduardo. Outro dia quando voltava a noite, trazia algumas sacolas do supermercado, e ele prontamente se ofereceu para ajudá-la. Trocaram meia dúzia de palavras. Ele morava sozinho. Ali mesmo, naquela porta de onde parecia ter vindo o barulho estranho.
O silêncio daquela manhã foi interrompido pelo toque do celular. Merda! Olhou as horas. Dez para as oito. Eu disse que chegava as oito? Por que está ligando? Estou sim.. está na minha mão. Estou saindo do prédio. Oito horas estarei ai...
O que teria de tão importante naquele envelope? Ele estava nervoso. Mas nos últimos dias estava nervoso e irritado sempre... Atravessou a rua e acelerou o passo. O escritório (ah, como tinha coragem de chamar aquilo de escritório? uma sala bagunçada e apertada!) ficava na rua paralela a sua. Sentido centro. Normalmente levava quinze minutos para chegar. Mas hoje só tinha dez, na verdade oito minutos...
O sol já estava ardendo aquela hora. A mão começava transpirar. O papel pardo do envelope logo ganhou algumas manchas de seus dedos. Hoje nem teve tempo de observar os que passavam pela rua, sua diversão de todo dia. Caminhava quase correndo... Ufa! Ofegante bateu na porta. Ele apareceu jádireção do envelope. Havia alguém mais na sala. Dessa vez nem disse para entrar. A porta permaneceu entreaberta, não pode ver o rosto de quem estava lá dentro.
Obrigado, e agora são oito e quatro. Fechou a porta antes que pudesse ouvir a resposta. Oito e quatro, é oito em ponto... Hoje não iria trabalhar. Resolveu ir até o centro, talvez fosse ao cinema, mas estava mesmo é sem rumo. Por um momento passou-lhe pela cabeça a idéia de voltar e bater na porta do seu Eduardo. Aquele barulho estranho havia mexido com sua imaginação...Mas acabou entrando no circular. Depois, se tivesse acontecido algo, saberia quando voltasse...
Que paredes sujas. Já tinha reclamado com a dona do prédio, mas não teve resposta. E ainda escuro. Aquela luz fraquinha do corredor, lembrando a luz de gerador do sítio dos avós, lá da sua infância, era motivo para que subisse a escada correndo toda noite. Além do mais, nem porteiro tinha. Tudo bem que pelo preço que pagava não dava para exigir tanto. Mas dona Joana poderia cobrar um pouquinho mais e melhorar a cara do prédio...
Envelope na mão, trancou a porta e novamente descia as escadas. Mas o que foi aquilo que ouviu? Pareceu um tiro meio abafado. Parou onde estava. O silêncio tomava conta de tudo. Aquela hora do dia ninguém mais estava em casa. Saiam todos muito cedo. Trabalhavam no centro. Mal conhecia os vizinhos. Vira alguns uma vez ou outra, fechando a porta, quase na rua, e nem sabia o nome deles. Ah, sabia sim! O seu Eduardo. Outro dia quando voltava a noite, trazia algumas sacolas do supermercado, e ele prontamente se ofereceu para ajudá-la. Trocaram meia dúzia de palavras. Ele morava sozinho. Ali mesmo, naquela porta de onde parecia ter vindo o barulho estranho.
O silêncio daquela manhã foi interrompido pelo toque do celular. Merda! Olhou as horas. Dez para as oito. Eu disse que chegava as oito? Por que está ligando? Estou sim.. está na minha mão. Estou saindo do prédio. Oito horas estarei ai...
O que teria de tão importante naquele envelope? Ele estava nervoso. Mas nos últimos dias estava nervoso e irritado sempre... Atravessou a rua e acelerou o passo. O escritório (ah, como tinha coragem de chamar aquilo de escritório? uma sala bagunçada e apertada!) ficava na rua paralela a sua. Sentido centro. Normalmente levava quinze minutos para chegar. Mas hoje só tinha dez, na verdade oito minutos...
O sol já estava ardendo aquela hora. A mão começava transpirar. O papel pardo do envelope logo ganhou algumas manchas de seus dedos. Hoje nem teve tempo de observar os que passavam pela rua, sua diversão de todo dia. Caminhava quase correndo... Ufa! Ofegante bateu na porta. Ele apareceu jádireção do envelope. Havia alguém mais na sala. Dessa vez nem disse para entrar. A porta permaneceu entreaberta, não pode ver o rosto de quem estava lá dentro.
Obrigado, e agora são oito e quatro. Fechou a porta antes que pudesse ouvir a resposta. Oito e quatro, é oito em ponto... Hoje não iria trabalhar. Resolveu ir até o centro, talvez fosse ao cinema, mas estava mesmo é sem rumo. Por um momento passou-lhe pela cabeça a idéia de voltar e bater na porta do seu Eduardo. Aquele barulho estranho havia mexido com sua imaginação...Mas acabou entrando no circular. Depois, se tivesse acontecido algo, saberia quando voltasse...
02/10/2007
Um comentário:
Olá, atendendo ao convite o Dênis vim conhecer o blog, claro q o nome já seria suficiente p/ atrair minha atenção já q tenho admiração e carinho pelo povo mineiro.
Não li o livro e não assisti ao filme, mas já havia ouvido falar e clicarei p/ saber mais.
Minha leitura predileta são as crônicas.
Abraços, tenha um ótimo fim d semana.
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