Era uma tarde quente de verão. Quente mesmo só o clima de verão, pois há muito que entre eles o clima tinha esfriado. Sentados, um do lado do outro, cada um olhando pra um lado. Quando foi mesmo que eles acharam que formavam um casal perfeito? Cinco anos... Como suportaram passar todo esse tempo juntos?
Era difícil acreditar que algum dia tiveram algo em comum. Houve um tempo em que olhavam para a mesma direção? Falavam, se atropelavam, e não diziam nada. Era o constrangimento típico de quem já não tinha nada para dizer um ao outro. E mesmo sem nada em comum, eram tantas coisas de um se misturando na vida do outro.
Os livros dela, na estante dele. As roupas dele, no guarda-roupas dela. Será que algum dia aquela história tinha ido além de dividir o mesmo teto?
Era difícil acreditar que algum dia tiveram algo em comum. Houve um tempo em que olhavam para a mesma direção? Falavam, se atropelavam, e não diziam nada. Era o constrangimento típico de quem já não tinha nada para dizer um ao outro. E mesmo sem nada em comum, eram tantas coisas de um se misturando na vida do outro.
Os livros dela, na estante dele. As roupas dele, no guarda-roupas dela. Será que algum dia aquela história tinha ido além de dividir o mesmo teto?
E foi assim, dizendo tantas coisas que não significavam mais nada, que perceberam entre ruídos e sorrisos nervosos que deviam seguir cada um seu rumo. Era ponto final, não havia lugar para pausa, já era tarde quando enfim tiveram coragem para dizer. Ela juntou suas coisas e depois de muito tempo sentiu-se inteira novamente. Ele ficou com o resto e com as expectativas de quem iria preencher os espaços, agora livre, da casa.
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